Por Marink Martins, do MyVOL e autor da newsletter Global Pass
Dados históricos sugerem que o mês de agosto tende a ser o pior mês em termos de performance para as bolsas de valores. Tenho uma teoria para este comportamento que derivo de experiências pessoais e gostaria de compartilhar com vocês.
Embora existam diversos argumentos que busquem explicar este evento – o período de férias no hemisfério norte se destaca aqui — acredito que o trimestre que se inicia em agosto e se estende até outubro marca um período em que, ano após ano, temos que conviver com nossas frustrações face às expectativas estabelecidas no início de cada ano gregoriano.
Embora a cada ano busquemos ser mais “amigo da ciência” e nos livrar das superstições do dia a dia, não conseguimos escapar daquilo que nos define como humanos. O fato é que, em um determinado grau, nos tornamos reféns das metas estabelecidas por nossas mentes lineares em períodos de mudanças de ciclos. Na minha opinião, não é à toa que os meses de janeiro, novembro e dezembro são, historicamente, meses de euforia nas bolsas.
As metas nos colocam em movimento. Curiosamente, não só estabelecemos metas no início de cada ano, mas também no início de cada dia.
Voltei a refletir a respeito deste tema ao ouvir um comentário sobre o recém-lançado livro “WHEN” do autor Dan Pink; um livro sobre o “timing”. Para Pink, se você vai fazer uma cirurgia, agende sempre para um horário que seja no início do dia! Os erros cirúrgicos ocorrem com uma frequência bem maior na parte da tarde.