Opinião

Marink Martins: Mais difícil do que apostas no preto e vermelho da Roleta

26 mar 2019, 21:06 - atualizado em 26 mar 2019, 21:06

Por Marink Martins, do MyVOL e autor da newsletter Global Pass

Um estudo conduzido pelo analista Michael Cembalest do banco JP Morgan, e comentado pelo excelente gestor Ben Carlson, nos mostra que a distribuição de retornos de uma carteira bem diversificada de ações, como o índice Russell 3000, é bem assimétrica. Em outras palavras, o que se observou neste estudo, baseado em dados obtidos entre 1980 e 2014 nos EUA, é que poucas empresas performam extremamente bem, enquanto a grande maioria registra retornos inferiores ao índice em questão.

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Suas conclusões são importantes e devem fazer com aqueles investidores, amantes da estratégia Buy & Hold, reflitam a respeito de suas decisões.

No gráfico abaixo podemos observar uma distribuição de retornos tomando como base o percentual que uma determinada ação superou ou não o seu benchmark. A conclusão, para o período em questão, é que a grande maioria das ações andou bem atrás do índice Russell 3000. Observe que o conceito prevalente de O VENCEDOR LEVA TUDO (“The winner takes all”) não é uma novidade no mercado de ações. Dito isso, não conte para ninguém pois este é um segredo guardado a sete chaves por corretoras e bancos de investimentos!!! rsrs

E tem mais… os estudos indicam que 40% de todas as ações do índice registraram um retorno absoluto negativo durante o período, registrando, em média, um recuo de 70% de sua respectiva máxima.

O mais impressionante para mim é que o estudo contempla um período considerado como “dourado” para a economia americana. Fico só imaginando como serão as estatísticas feitas em 2040, levando em consideração os últimos 20 anos. Não sei o que irá acontecer, mas há fortes indícios de que os retornos serão bem menores do que aqueles registrados nos últimos anos.

Um outro fator que me chamou atenção está relacionado ao fato de que, durante o período de análise, ações de 320 empresas foram removidas do índice S&P 500 por razões econômicas.

Assim, o simples argumento de que uma carteira diversificada é o suficiente para um crescimento patrimonial sustentável não procede. Em média, o investidor diversificado vai mal. Ou, neste caso, performou mal.

Para se ter sucesso na bolsa de valores, de acordo com este estudo feito pelo JP Morgan, é necessário que o investidor escolha ações de algumas empresas que estarão entre o grupo das 15% com maiores retornos. Algo que é certamente muito difícil de ser conquistado por um investidor pessoa física. Quando conquistado, muitos nem sequer se dão conta do quanto se beneficiaram da aleatoriedade.

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