É nesta quarta-feira, dia 28/2, que o comitê da MSCI decide a respeito do aumento da participação das ações listadas na China Continental (as “A-shares”) na carteira de mercados emergentes da MSCI. A aposta é que tal aumento será aprovado e será implementado ao longo dos próximos meses.
Com relação a este assunto tenho duas mensagens a transmitir ao assinante MyVOL:
– Não tenho dúvidas de que a participação das ações chinesas na carteira MSCI EM irá subir — seja agora ou mais para o fim de 2019. Há uma elevada probabilidade de que a decisão de hoje seja favorável a este movimento.
– Tal aumento na participação das ações chinesas (“A-shares”), junto com a expectativa de aumentos para as ações sauditas e argentinasirão provocar uma realocação que poderá resultar em vendas de ações brasileiras. Estimo que tal impacto ocorrerá ao longo dos próximos 5 meses e poderá representar um impacto negativo de US$5 bilhões – aproximadamente 1 bilhão de dólares por mês.
Como cheguei a este número?
Uma pesquisa junto a MSCI aponta para um volume de US$1,6 trilhões em ativos atrelados ao índice MSCI Emerging Markets Index. Só de ETFs linkados a este índice temos aproximadamente US$180 bilhões em AUM, com destaque para os seguintes ETFs: EEM, VWO, IEMG.
Atualmente, conforme ilustrado no gráfico acima, o Brasil conta com uma participação de 5,8% da carteira – o que corresponde a US$93 bilhões.
Considerando que a sua participação na carteira deverá cair de 5,8% para 5,5% nos próximos 5 meses (novamente, de acordo com o gráfico acima), tal redução corresponde a 0,3% de 1,6 trilhões de dólares, ou 4,8 bilhões de dólares!!!
E para você que anda muito otimista e está cético com relação a minha análise, complemento afirmando que a reclassificação das ações da Argentina, de “frontier market” para “emerging market”, junto com a inclusão das ações da Arábia Saudita também contribuem para a redução do peso dos demais países na carteira.
Segue a evidência deste evento através de um comunicado da própria MSCI.
Observe pela tabela acima (retângulo vermelho) que, dependendo do sincronismo do processo de rebalanceamento, o impacto sobre os demais emergentes tende a ser negativo, variando entre US$67 e US$127 bilhões de dólares.
Sendo assim devo te informar o seguinte (por mais que você não goste):
TUDO INDICA QUE O MUNDO ESTÁ MAIS SUB-ALOCADO EM CHINA DO QUE EM BRASIL!!!
Não se deixe se levar pelo viés conhecido como home country bias.
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