Marink Martins: A cronologia da maior bolha dos tempos modernos
Aqueles que viveram aquela época sabem que a febre especulativa chegaria ao fim.
Uma eleição do candidato chamado por Trump de “sleepy Joe” poderá não só representar uma reversão nos cortes de impostos feitos em 2018, mas também um vento de proa para os setores tecnológico, de saúde e de energia. Biden diz: chegou a hora da Amazon pagar impostos!!!
A Microsoft, que ocupa uma posição de destaque no mercado de capitais desde seu IPO em 1986, viu a relação de Preço/Lucro de suas ações colapsar de 80x para 23x. Tal relação se manteve em patamares relativamente baixos por mais de 10 anos subsequentes ao estouro da bolha do Nasdaq.
Mas, por que ressuscitar este tema?
Bem, vivemos uma época de euforia nas bolsas – mesmo que bem mais tímida do que aquela vista em 1999/2000. Mesmo assim, vivemos em um mundo que foi forçado a embarcar na tal da teoria monetária moderna (MMT), também conhecida para alguns como “Magic Money Tree”. Os próximos meses serão marcados por um salto da inadimplência e enormes desafios globais, apesar do nosso ministro da economia tentar nos convencer do oposto.
Finalizo, com um potencial catalisador que traz semelhanças ao ocorrido no ano 2000:
A União Europeia deverá aprovar a tal da “digital tax” e impostos sobre multinacionais. Trump diz que vai retaliar, mas talvez tenha chegada a hora da revolta de Bruxelas.
E a Itália, hein? Todos sabem sobre seu processo de desindustrialização. Contudo, a área de turismo estava ajudando a sustentar a economia. A pandemia veio e deixou seu principal vetor enfraquecido. De uma força de trabalho de 23 milhões, 4,2 milhões estão no setor de turismo. Os micro empresários estão desesperados por ajuda. Entretanto, a inadimplência por lá já supera 7%. Os bancos não foram recapitalizados. Sendo assim, só Bruxelas salvará os italianos. Falta combinar com o grupo dos 4 frugais liderados por Mark Rutte (Holanda, Dinamarca, Suécia e Áustria).
Para os mais jovens, adeptos do lema “do not fight the FED“, vale ressaltar que o BOJ lutou, injetou, comprou, e no fim, não conseguiu. Os BCs normalmente conseguem inflar ativos por um tempo, mas não conseguem criar receitas, nem fluxo de caixa para as empresas.
Na bolha japonesa os vendidos sofreram bastante durante o ano de 1989. A última pernada de alta (fase exponencial) foi intensa e durou até o dia 31/12/1989!