Marinha mantém prontidão operacional apesar da Covid-19, diz comandante
A prontidão operacional da Marinha do Brasil não foi afetada pelo surto do coronavírus, apesar de 8% da tropa ter sido infectada e de 549 mortes, afirmou o comandante da Força nesta terça-feira.
O almirante Ilques Barbosa minimizou o impacto da Covid-19 sobre os 80.000 homens e mulheres da Marinha, acrescentando que aqueles que foram infectados não foram todos ao mesmo tempo. A maioria daqueles que morreram era da reserva e tinha mais de 70 anos, acrescentou.
“A taxa de infecção foi muito baixa, quase irrelevante”, disse o almirante a correspondentes estrangeiros em uma entrevista remota. “Nossa prontidão operacional nunca foi comprometida.”
O próprio comandante contraiu a Covid-19, sem sintomas, e trabalhou em casa após teste positivo.
Separadamente, o almirante disse que o programa que visa entregar um submarino de propulsão nuclear até 2029 sofreu um atraso por questões técnicas e financeiras.
O Brasil está construindo cinco submarinos da classe Scorpene em uma joint venture com a empresa de defesa do Grupo Naval da França, anteriormente conhecida como DCNS S.A., em um programa de 6,7 bilhões de euros.
O último submarino, ainda previsto para 2029, segundo Barbosa, será de propulsão nuclear, colocando o Brasil no clube das nações com algum tipo de submarino estratégico de propulsão nuclear ao lado de Estados Unidos, Rússia, França, Reino Unido, China e Índia.
Mas o programa sofreu um abalo em 2016 por uma investigação de corrupção e, mais recentemente, por cortes no orçamento de Defesa e depois por problemas técnicos, disse o almirante. Ele não deu detalhes.
O primeiro submarino, o S-40 Riachuelo, lançado em dezembro de 2018, deveria ser comissionado pela Marinha em setembro, mas isso só ocorrerá em junho do próximo ano, disse o almirante, acrescentando que ele ainda se encontra em testes “complexos”.
O segundo submarino, o S-42 Tonelero, deveria ser entregue no próximo ano, mas só será lançado ao mar em dezembro de 2021, e o terceiro navio, um ano depois, disse Barbosa.