Margens de esmagamento de soja na China caem por fraca demanda
As margens de esmagamento de processadoras de soja da China caíram para o menor nível em mais de um ano, às vezes para terreno negativo, em meio à demanda mais fraca por farelo de soja, um ingrediente essencial de rações, segundo dados da Shanghai JC Intelligence.
Novas cepas do vírus da peste suína africana afetaram a reposição dos plantéis de suínos do país após o impacto da doença, que apareceu pela primeira vez em 2018.
Além disso, criadores têm enviado mais suínos para o abate antes de serem infectados pelo vírus. Isso reduziu o número de suínos e, portanto, a demanda por ração.
As margens fracas para transformar grãos em farelo e óleo podem reduzir a demanda por soja estrangeira.
As importações nos seis meses até setembro podem encolher 10% em relação ao mesmo período do ano anterior, para 51 milhões de toneladas, informou o Centro Nacional de Informação de Grãos e Óleos da China na quinta-feira. As importações nesse período normalmente vêm do Brasil.
As esmagadoras estão perdendo até 240 yuans (US$ 36,7) por tonelada para processar soja importada em Shandong, uma grande região consumidora, que é a pior margem desde junho, de acordo com o centro.
O ressurgimento da peste suína africana incentiva produtores a venderem porcos, e a queda dos preços dos animais achatou os lucros nas fazendas de suínos e atrasou medidas para repor os plantéis, afetando ainda mais a demanda por ração, disse o centro.
As vendas por produtores incluíram suínos e porcas reprodutoras abaixo do peso, disseram representantes da Jiangxi Zhengbang Technology, o quarto maior criador de suínos, em conversa com investidores na quarta-feira.
As vendas de suínos da Jiangxi aumentaram 146% no primeiro trimestre em relação ao ano anterior, incluindo porcas reprodutoras. A empresa espera que os preços domésticos da carne suína se recuperem já em maio.