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Margem do Boi-China pós-embargo pode impulsionar ações dos frigoríficos no 2º trimestre, diz XP

07 abr 2023, 12:30 - atualizado em 06 abr 2023, 17:57
Boi Gordo Carnes Agronegócio
Analista vê possibilidade para a retomada dos embarques do boi para a China com margens de exportação melhores que as anteriores (Imagem: Reprodução/Embrapa)

As receitas com as exportações de carne bovina fresca, refrigerada ou congelada, totalizaram US$ 598,78 milhões em março, queda de 42,64% em relação ao mesmo mês de 2022. Os dados são da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia.

O recuo está atrelado ao embargo para as exportações da proteína brasileira com destino à China, que teve início em 23 de fevereiro e se estendeu até 23 de março, exatamente um mês.

De acordo com Fernando Iglesias, analista de proteína animal na Safras e Mercado, a queda nos embarques era esperada, e os indicadores de exportação devem piorar em abril e no começo de maio, já que não há uma previsão para as exportações retomarem logo o volume pré-embargo em um primeiro momento.

“É preciso lembrar que essas vendas ocorreram há 30-40 dias, justamente no período do embargo. A tendência para o resto do ano é que o Brasil venda grandes volumes à China, mas não haverá uma recuperação contundente nos preços da carne bovina, porque há uma perspectiva de queda no internacional, com o país asiático renegociando contratos de exportação de forma ativa, procurando abaixar os preços“, explica.

Ações dos frigoríficos

Segundo Leonardo Alencar, analista da XP Investimentos, o mês de março e o primeiro trimestre dos frigoríficos foi muito impactado pelo embargo à China e pelas férias coletivas dadas pelas empresas. Dessa forma, houve um recuo do total disponível para exportação. 

Na visão de Alencar, há possibilidade para a retomada dos embarques com preços mais altos para a China, já que o boi gordo registra um preço menor em relação ao período pré-embargo, o que resultaria, portanto, em margens melhores.

Por outro lado, não há confirmação da retomada dos preços anteriores ao bloqueio, o que favoreceria os frigoríficos no 2º trimestre. 

O analista da XP explica que, quanto mais diversificado o frigorífico, menores são os impactos da paralisação das exportações da China. Assim, na visão dele, a retomada dos embarques favorece principalmente a Minerva, em segundo lugar a Marfrig e por último a JBS.

A XP Investimentos recomenda a compra das ações da JBS (JBSS3), com preço-alvo de R$ 39 e ganho potencial de 126%.

Para Minerva (BEEF3), a recomendação também é de compra, com preço alvo de R$ 17,50 e ganho potencial de 78%.

Já os papéis da Marfrig (MRFG3) têm recomendação neutra, com preço-alvo de R$ 8,70 e ganho potencial de 39%.

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