AgroTimes

Marfrig (MRFG3) puxa quedas de frigoríficos na B3, apesar de ‘Super Quinta’ favorável; o que explica o recuo?

08 fev 2024, 17:18 - atualizado em 08 fev 2024, 17:29
marfrig frigoríficos
O dia foi marcado por projeções das safras de grãos pelo USDA, Conab e Bolsa de Buenos Aires, importantes ativos para os frigoríficos (Imagem: Facebook/Marfrig Global Foods)

Os frigoríficos listados na Bolsa de Valores do Brasil (B3) recuam nesta quinta-feira (8), puxados pela Marfrig (MRFG3) que perdia 2,95%, aos R$ 9,20 por ação por volta de 16h47.

O movimento vai contra as perspectivas favoráveis desta “Super Quinta” das commodities agrícolas, com a divulgação de estimativas pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), assim como dados para o Brasil pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e para Argentina pela Bolsa de Buenos Aires, com destaque para soja, milho e trigo, importantes ativos para estas empresas.

Entre os principais destaques, USDA estimou a safra 23/24 global de soja em 398,21 milhões de toneladas, além de revisar a produção do Brasil no ciclo para 156 milhões de toneladas, contra as expectativas do mercado, que apontavam para 153 milhões.

Na avaliação de Luis Novaes, da Terra Investimentos, os dados divulgados pelo USDA demonstram uma perspectiva mais favorável para os frigoríficos, com maiores estoques de grãos e abates ganhando tração, apesar do ambiente ainda desafiador de baixa oferta de bovinos na América do Norte.

  • Onde investir na renda fixa em 2024? Analista Lais Costa, da Empiricus Research, revela os melhores papéis para surfar no cenário previsto para a inflação neste ano; Confira no Giro do Mercado:

“Na nossa avaliação, a queda dos frigoríficos na B3 vem do sentimento de aversão ao risco na maior parte dos ativos listados, diante da perspectiva ainda incerta para os juros americanos, o que desestimula o posicionamento em ativos emergentes”, explica.

Na semana passada, o Agro Times destacou que os números de rebanho dos Estados Unidos pelo USDA caíram para o menor patamar desde 1951, em 87,2 milhões de cabeças.

“Essa conjuntura de preços em alta nos EUA e menor produção nos por lá colaboram com o Brasil de maneira direta e indireta. Diretamente porque vendemos carne para eles, que figuram entre nossos principais clientes. Indiretamente, porque eles também concorrem conosco no mercado internacional”, explica Hyberville Neto, da HN Agro.



Vale destacar que a escassez de animais prontos para abate tem afetado os lucros da JBS (JBSS3nos Estados Unidos, que tem maior exposição ao mercado norte-americano.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Movimentação dos frigoríficos

Por volta de 16h47 desta quinta-feira (8), os frigoríficos apresentavam as seguintes quedas:

  • Marfrig (MRFG3): R$ 9,20, queda de 2,95%
  • JBS (JBSS3): R$ 23,14, queda de 1,66%
  • Minerva (BEEF3): R$ 6,64, queda de 2,50%
  • BRF (BRFS3): R$ 14,57, queda de 1,62%