Marfrig (MRFG3) ou Minerva (BEEF3)? Qual ação é melhor no curto prazo
A Marfrig (MRFG3) deve embolsar R$ 7,5 bilhões com a venda de unidades de abate bovino para a Minerva Foods (BEEF3). Conforme analistas, a ação que mais deve se beneficiar no curto prazo entre as duas é, justamente, a empresa que está aumentando o seu caixa.
O Itaú BBA observa que a Marfrig tem o maior interesse dos investidores em posições short entre os frigoríficos e empresas de alimentos. Contudo, a Minerva amplia bastante o seu endividamento ao rivalizar sua produção com JBS (JBSS3) para 2024.
“Com cerca de 20% de free-float, o movimento pode desencadear uma pressão a descoberto na Marfrig”, escreve o analista Gustavo Troyano, em relatório publicado nesta terça-feira (29). Portanto, isso ajuda o investidor a entender a forte alta do frigorífico no pregão de hoje.
Por volta das 14h, as ações ordinárias da Marfrig subiam ao redor de 9% a R$ 7,33. Enquanto isso, os papéis ordinários da Minerva recuavam 16% a R$ 9,09.
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Nova estratégia da Marfrig
A nova estratégia da Marfrig é ter mais dinheiro em mãos, reduzindo o seu grau de endividamento. Porém, ao mesmo tempo, o frigorífico reduz a sua diversificação e concentra ainda mais suas operações nos Estados Unidos, afirma o Santander.
Afinal, o contrato contempla a venda pela Marfrig à Minerva de:
- 11 unidades de bovinos localizadas no Brasil, sendo três delas inativas;
- uma unidade de bovinos na Argentina;
- três unidades de bovinos no Uruguai; e
- uma unidade de ovinos no Chile.
A transação entre os frigoríficos também contempla a venda de um centro de distribuição da Marfrig no Brasil.
“O impacto financeiro para a Marfrig com a venda é a redução de sua alavancagem. No caso, sua dívida líquida sobre Ebitda cai de 4,2 vezes para 3,9 vezes. Incluindo a fatia da BRF (BRFS3) no cálculo, o endividamento cai de 3,4 para 3,2 vezes”, argumenta o banco no relatório.
Embora a Marfrig saia na frente no curto prazo, o Santander mantém recomendação neutra e com preço-alvo de R$ 10,50. Pois, o efeito da venda de R$ 7,5 bilhões é limitado, já que a Marfrig se endividou bastante ao comprar participação na BRF, além da virada do ciclo de gado nos Estados Unidos.