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Marfrig (MRFG3): Morgan Stanley mantém ‘compra’ após rali em 2024, enquanto mercado prega cautela por 3 motivos

29 jan 2025, 17:29 - atualizado em 29 jan 2025, 17:29
marfrig mrfg3 frigoríficos
(Foto: Divulgação)

O Morgan Stanley manteve sua recomendação de overweight (equivalente a compra) para Marfrig (MRFG3), com preço-alvo de R$ 19,50 e potencial de alta em torno de 25%, com base nas operações resilientes apesar do ciclo de baixa nos EUA, mantendo o valuation da ação ainda atrativo. A estimativa para o Ebitda ajustado do frigorífico em 2025 é de R$ 12,45 bilhões.

“Semelhante à JBS, a Marfrig teve um forte desempenho de ações em 2024, ainda que a ação apresente queda de 7,11% em 2025 (até 16h01 desta quarta). Continuamos com overweight na ação, pois achamos que o mercado continua excessivamente cauteloso em relação à 1) carne bovina dos EUA, 2 ) avaliação e 3) alavancagem”, destacam Ricardo Alves, Lucas Mussi e Henrique Morello

As escolhas do banco, em ordem de preferência, são JBS (top pick), Marfrig, Minerva Foods (neutro) e BRF (venda).

Com base nos números do quarto trimestre de 2024, que serão divulgados em 26 de fevereiro, o Morgan Stanley elevou sua projeção de Ebitda para 2025 e 2026 em 11%. A revisão foi impulsionada por números mais fortes da BRF, maior receita líquida na América do Sul devido a preços mais altos influenciados pelo câmbio, exportações e um mercado doméstico mais aquecido, além de um aumento nos volumes.

O banco também vê uma melhora nas margens tanto na América do Sul quanto na América do Norte, destacando que a empresa está bem posicionada para lidar com as incertezas relacionadas ao gado.

Valuation atraente para Marfrig

Para o banco, o frigorífico segue atrativo, com a ação sendo negociada em 5,4x 2025e EV/Ebitda, em linha a média histórica pré-BRF, mas com o valuation histórico tendo perdido relevância.

O Morgan Stanley destaca que o setor de carne bovina nos EUA está em seu momento mais desafiador do ciclo, com margens Ebitda em torno de 2%, abaixo da média de 5% observada em períodos mais equilibrados. Isso pode levar a uma subestimação do real potencial de lucro e geração de caixa da empresa. Além disso, o banco ressalta que, historicamente, a empresa tem um desempenho superior ao de seus concorrentes nos EUA.

O segundo ponto fica para a “nova Marfrig”, com uma participação de 50% na BRF, uma ação que é negociada a múltiplos consistentemente mais altos (6-7x) do que empresa de commodities puras, como outras proteínas da América Latina. Os analistas ressaltam que BRF responde por 55% da geração de Ebitda da Marfrig.



O Morgan Stanley acredita que os múltiplos históricos da Marfrig já não são uma boa referência. Isso porque o Ebitda projetado para o setor de carne bovina em 2025 ainda não reflete totalmente o potencial de geração de caixa da empresa, segundo o banco.

Se as margens da carne bovina nos EUA voltassem a um nível mais equilibrado, a Marfrig estaria sendo negociada a 4,6x EV/Ebitda, um patamar mais atrativo, na avaliação do banco. Sem considerar a BRF, os negócios de carne bovina da companhia estariam avaliados em 3,3x EV/Ebitda ajustado, o que representa um desconto de cerca de 40% em relação ao histórico pré-BRF.

O banco reforça que continua vendo as operações de carne bovina da Marfrig como subvalorizadas, destacando que sua nova projeção de Ebitda para a Marfrig Beef em 2025 está aproximadamente 10% acima do consenso do mercado.

 

Repórter
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, também participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil e do Agro em Campo. Em 2024, ficou entre os 80 jornalistas + Admirados da Imprensa do Agronegócio.
pasquale.salvo@moneytimes.com.br
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, também participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil e do Agro em Campo. Em 2024, ficou entre os 80 jornalistas + Admirados da Imprensa do Agronegócio.