Marfrig (MRFG3): China coloca ‘gosto amargo’ em ação, diz BofA
As ações da Marfrig (MRFG3) negociam com desconto de 36%, segundo analistas do Bank of America.
Ainda assim, o banco não recomenda entrar de cabeça agora e adota uma posição neutra, com preço-alvo de R$ 9 nos próximos 12 meses, ante a cotação de R$ 6,62 nesta quinta-feira (2).
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O frigorífico reportou prejuízo de R$ 628 milhões no quarto trimestre de 2022 (4T22). No geral, a empresa entregou um resultado em linha com o esperado pelo mercado.
Com a virada do ciclo do gado nos Estados Unidos, que se traduz em margens menores para os frigoríficos, o Bank of America não vê motivos de otimismo para as operações da Marfrig no curto prazo.
“O recente embargo chinês contra carne bovina do Brasil, após registro de caso do mal da vaca louca, adiciona maior risco sobre as exportações da Marfrig”, comentam os analistas Isabella Simonato e Guilherme Palhares, em relatório enviado a clientes.
No final do ano passado, as orações da Marfrig na América do Sul foram pressionadas pela menor demanda da China por carne bovina e levaram à queda de 25% do Ebitda na comparação por trimestre.
Para o banco, é a partir das unidades de abate de bovinos no Brasil que a Marfrig deve reportar as maiores margens em 2023. A situação com China ocasionada pelo caso de vaca louca tende a ser solucionada ainda em março, conforme sinalizações do próprio Ministério da Agricultura.
À Reuters, o CEO da operação América do Sul da Marfrig, Rui Mendonça, ressaltou que a China foi um importante player para os resultados obtidos pela empresa no ano passado e “permanece como um grande mercado”.
Segundo ele, a reunião entre os governos brasileiro e chinês prevista para acontecer em março deve abordar discussões sobre o fim do embargo às exportações de carne bovina do Brasil ao país asiático, motivadas por um caso da doença Encefalopatia Espongiforme Bovina, conhecida como “mal da vaca louca”, encontrado em um animal de nove anos no Pará.