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Marfrig (MRFG3) e JBS (JBSS3) lideram altas no Ibovespa; saiba o que esperar em 2023

16 dez 2022, 12:52 - atualizado em 16 dez 2022, 12:52
JBS
Marfrig (MRFG3) e JBS (JBSS3) acumulam perdas de 60% e 40% no acumulado do ano, respectivamente. O que esperar em 2023? (Imagem: LinkedIn/JBS Austrália)

As ações da Marfrig (MRFG3) e da JBS (JBSS3) mais uma vez estão entre as maiores altas do Ibovespa (IBOV) nesta sexta-feira (16). Contudo, analistas do Santander estão mais cautelosos no investimento nesses frigoríficos em 2023.

No caso da Marfrig, as ações saltavam quase 5% por volta do meio-dia a R$ 8,02 cada, mantendo valorização de 6,2% na semana. Por outro lado, a companhia amarga baixas de 20% no mês e de 60% no ano.

O Santander cortou o preço-alvo para a Marfrig em 2023 de R$ 15 para R$ 12, reiterando posição de manutenção (quem não é acionistas não deve comprar e quem já é não deve desfazer posição).

“A Marfrig é bastante exposta ao mercado bovino dos Estados Unidos e será inevitavelmente afetada pela queda de margens, além de taxas de juros elevadas no país e incertezas na alocação de capital do frigorífico”, afirmam os analistas Rodrigo Almeida e Laura Hirata em relatório a clientes.

O Santander projeta que o lucro antes de impostos da Marfrig derreterá 20% em 2023 para R$ 7,1 bilhões e implicando uma margem Ebitda de 7,8% (menos 220 pontos-base na comparação anual).

O mercado também não sabe o que a empresa fará com sua fatia na BRF (BRFS3).

JBS melhor que Marfrig

A JBS é outro frigorífico brasileiro com bastante presença no mercado bovino dos EUA e, por conta disso, segue com posição de manutenção pelo Santander, que também reduziu o preço-alvo da ação em 2023 de R$ 40 para R$ 32,80.

Contudo, a JBS tem um portfólio mais resiliente do que a da Marfrig, o que permite a ação aguentar melhor os solavancos em 2023, apesar do momento de lucros decrescentes com a virada do ciclo de gado nos EUA.

Por volta do meio-dia, as ações da JBS subiam 2,4% a R$ 25 cada. Entretanto, a companhia acumula desvalorizações de 15% no mês e de 40% no ano.

“O valuation da JBS permanece descontado em relação ao histórico, com desconto de 34% e as ações negociando a 3,3 vezes seu Valor de Empresa (EV, na sigla em inglês) sobre o Ebitda esperado em 2023″, aponta a dupla de especialistas do banco.

Embora o desconto seja bastante atrativo, o Santander alerta que o cenário de juros elevados e recessão nos EUA em 2023, além de dúvidas nas margens da JBS no futuro, precisam pesar na tomada de decisão do investidor.

O banco estima que o lucro antes de impostos da JBS cairá 9% em 2023 para R$ 36,3 bilhões, implicando margem Ebitda de 9,8%, queda de aproximadamente 80 pontos base na comparação anual.

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