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Marfrig (MRFG3) dispara após lucro de R$ 2,6 bilhões; hora de colocar ação na carteira?

27 fev 2025, 18:07 - atualizado em 27 fev 2025, 18:31
marfrig mrfg3
O BB Investimentos também enxergou números positivos no quaro trimestre, com a diversificação de proteínas (Montagem: Money Times)

Marfrig (MRFG3) reportou lucro líquido (atribuído ao controlador) de R$ 2,58 bilhões no quarto trimestre de 2024 (4T24). Por volta de 12h31 desta quinta-feira (27), as ações disparavam 6,82%, aos R$ 14,87 por ação. O papel fechou com alta de 8,9%.

Para o BTG Pactual, os números foram contra todas as probabilidades, com melhores resultados na América do Sul, que foi o destaque positivo, com Ebitda de R$ 660 milhões, 19% acima da previsão do banco.

Enquanto isso, a América do Norte permaneceu sob pressão, com Ebitda em R$ 360 milhões – 6% abaixo da estimativa do BTG- refletindo margem estreita de 1,9% em meio a um ciclo de gado ainda desafiador nos EUA.

O valor de mercado da Marfrig é de R$ 12,3 bilhões, enquanto sua participação na BRF (BRFS3) é avaliada em R$ 16 bilhões.

“A BRF continua sendo o principal gerador de valor da Marfrig. A diferença (de valor de mercado) é explicada pela dívida da controladora. O valuation da BRF, portanto, tem um impacto significativo no valor do equity da Marfrig”, , apontam Thiago Duarte, Guilherme Guttilla e Bruno Henriques. 

Para o trio, as esperanças de um desempenho mais forte dependeriam da capacidade de desalavancar a holding. O

BTG manteve a recomendação neutra em BRF (preço-alvo de R$ 25 e potencial de alta de 37,14%) e Marfrig (preço-alvo R$ 20 e potencial de alta de 34,32%).



MRFG3: O que pensam BB Investimentos e Itaú BBA?

O BB Investimentos também enxergou números positivos no quaro trimestre, com a diversificação de proteínas e de abrangência geográfica refletindo a capacidade de mitigar os efeitos adversos da rentabilidade da operação na América do Norte.

“O destaque ficou por conta da operação da América do Sul, que conseguiu reportar elevação de margem Ebitda mesmo em um contexto de maior custo de gado na região. Olhando adiante, nossas expectativas residem na continuidade de margens pressionadas na América do Norte e elevação da pressão das margens na América do Sul e na BRF, por ocasião da elevação do custo do gado no Brasil e do preço do milho”, diz Georgia Jorge.

Contudo, dada a sua diversificação e foco em produtos de maior valor agregado, o BB Investimentos acredita que a companhia tem capacidade para mitigar parte desses efeitos negativos e seguir entregando resultados positivos.

A casa conta com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 23 (potencial de valorização de 65,1%).

Já o Itaú BBA, que é neutro para ação (preço-alvo de R$ 19 e potencial de 38,7%), destacou os números sólidos já esperados para o frigorífico, com o Ebitda ajustado (ex-BRF) 3% acima de suas estimativas.

No entanto, a falta de gatilhos de curto prazo e um caminho relativamente longo para normalização de margens nos Estados Unidos estão por trás da recomendação neutra para ação.

Goldman Sachs viu crescimento e lucratividade melhores que o esperado na América do Sul, com caixa livre positivo da BRF e National Beef. Com a tese de desalavancagem se confirmando (melhora de 0,4x em dólar no 4T24), o banco reforça compra para ação e preço-alvo de R$ 21,80.

Repórter
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, também participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil e do Agro em Campo. Em 2024, ficou entre os 80 jornalistas + Admirados da Imprensa do Agronegócio.
pasquale.salvo@moneytimes.com.br
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, também participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil e do Agro em Campo. Em 2024, ficou entre os 80 jornalistas + Admirados da Imprensa do Agronegócio.