Marfrig (MRFG3): Após venda para Minerva (BEEF3), foco é a especialização em produtos de alto valor agregado, diz BB
Na segunda-feira (28), a Minerva (BEEF3) concluiu a compra de 13 frigoríficos da Marfrig (MRFG3). A transação girou em torno de R$ 5,7 bilhões e seus efeitos já estavam sendo observados pelo mercado.
Para o BB Investimentos, o foco da Marfrig, após a operação, é a especialização em produtos de alto valor agregado em seu portfólio.
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Em relatório que analisa a Marfrig sob a ótica do crédito privado, os analistas do BB consideram pontos fortes da companhia no momento:
- a diversificação geográfica e de proteínas, especialmente após a integração da BRF (BRFS3), o que mitiga riscos de diferentes ciclos produtivos das proteínas;
- o foco em produtos de maior valor agregado no mix de vendas; e
- a ampla escala de produção, sendo uma das maiores empresas de proteína animal no mundo.
Contexto operacional recente da Marfrig
Desde o primeiro anúncio da venda das unidades de abate para a Minerva, a operação da Marfrig passa por transformações relevantes na América do Sul. A companhia continua a atuar no segmento de carne bovina na região, por meio de seus complexos industriais e foco em produtos de maior valor agregado.
Ainda segundo o BB, a Marfrig pretende “investir no modelo de integração do abate, com o objetivo de atingir 25% de fornecimento com gado próprio e, com isso, diminuir o risco de desabastecimento e garantir maior qualidade e padronização”.
O banco vê semelhança dessa nova estratégia com a operação da própria empresa na América do Norte, citada como bastante eficiente em termos de rentabilidade.
No primeiro semestre deste ano, a companhia apresentou bons resultados impulsionados pelo desempenho operacional robusto da BRF, que respondeu por 78% do Ebitda consolidado no período. Em relação ao endividamento, o indicador de dívida líquida/Ebitda encerrou o segundo trimestre em 3,4x, contra 3,7x no final de 2023, beneficiado pela forte geração de caixa operacional.
Apesar disso, os resultados na América do Norte foram impactados negativamente por conta do ciclo pecuário desfavorável na região, com custos de gado muito superiores aos preços de venda da carne. “De acordo com a companhia, a pior fase do ciclo está ficando para trás, mas a melhora de rentabilidade é esperada somente a partir do segundo semestre de 2026”, diz o BB.
Os analistas ainda citam como pontos de atenção a elevação de preços de commodities e consequente impacto negativo nas margens; questões sanitárias e/ou embargos às exportações nas regiões de atuação da companhia; decisões de alocação de capital que não gerem o retorno esperado; e potencial aumento da alavancagem financeira.
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