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Marfrig mantém estratégia focada em bovinos após fim de conversas com BRF, diz Molina

15 ago 2019, 14:53 - atualizado em 16 dez 2019, 14:44
Eduardo Miron
A Marfrig divulgou na véspera que teve lucro líquido de 86,5 milhões de reais no segundo trimestre, ante prejuízo sofrido um ano antes (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)

Marfrig (MRFG3) está focada em crescer no mercado global de carne bovina, após conversas recentes para eventual união com a BRF (BRFS3), disse o presidente do conselho de administração da maior produtora de hambúrguer do mundo, Marcos Molina.

O executivo afirmou em teleconferência com analistas nesta quinta-feira que as conversas com a BRF, maior exportadora de carne de frango do mundo, encerradas no mês passado, que as discussões “foram uma conversa para ver se seria viável ou não”.

“Não foi uma mudança de estratégia, foi o jeito mais profissional que encontramos de estudar o assunto”, disse Molina. “Cada uma tem um caminho a seguir…Nosso relacionamento com eles é muito bom”, afirmou o fundador da Marfrig, adicionando que “Não mudou nada na estratégia nossa de bovinos.”

BRF e Marfrig anunciaram no fim de maio o início de discussões para uma possível fusão, o que poderia formar uma empresa avaliada em cerca de 28 bilhões de reais. Mas as conversas foram encerradas sem sucesso.

A Marfrig divulgou na véspera que teve lucro líquido de 86,5 milhões de reais no segundo trimestre, ante prejuízo sofrido um ano antes. A geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado foi de 1,11 bilhão de reais, alta de cerca de 13% no comparativo anual. Analistas em média esperavam 1,04 bilhão de reais.

A companhia terminou junho com uma relação de dívida líquida sobre Ebitda ajustado de 2,65 vezes, redução de 0,11 vez sobre os três primeiros meses do ano.

O presidente-executivo, Eduardo Miron, afirmou que a Marfrig deve atingir alavancagem “talvez abaixo de 2018”, diante de expectativa de um segundo semestre mais forte. A alavancagem da Marfrig fechou 2018 em 2,39 vezes.

O executivo também afirmou que a Marfrig tem expectativa de mais aprovações de fábricas habilitadas a exportar para a China a partir do Brasil até o fim do ano. Atualmente 9 fábricas da empresa têm permissões para vendas ao país asiático a partir da América do Sul.

“Esse mercado, China, hoje remunera melhor que outros. Temos na China uma exportação que se manterá constante, independente da situação da febre suína africana”, surto que dizimou rebanhos de porcos na China e em outros países, disse Miguel Gularte, presidente da operação da Marfrig na América do Sul.

Para além de proteína animal, Miron disse que a Marfrig deve desenvolver até o fim de 2019 uma marca própria de hambúrguer de base vegetal, ampliando vendas do produto do segmento de fast food e restaurantes para o varejo. “Estamos absolutamente otimistas” com a entrada no mercado de produtos de origem vegetal, disse o presidente da Marfrig.

A companhia anunciou no início do mês parceria com a norte-americana Archer Daniels Midland para produzir e vender produtos de proteína vegetal no Brasil. “A exportação será a terceira fase….(O segmento de proteína vegetal) é algo que vemos como oportunidade já há algum tempo”, disse o presidente da Marfrig sem dar detalhes.

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