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Marcopolo enfrentará “tempestade perfeita” no 3º trimestre

22 set 2021, 11:27 - atualizado em 22 set 2021, 11:27
Marcopolo
A companhia deve enfrentar alguns ventos desfavoráveis pela frente, impossibilitando a adoção de perspectivas mais otimistas sobre a ação (Imagem: Marcopolo/Divulgação)

O trabalho da administração da Marcopolo (POMO4) na pandemia não passou batido pelos analistas do Bank of America, que elogiaram o rápido ajuste na estrutura de custos e a venda de operações não rentáveis, além do lançamento de produtos novos top de linha.

A Marcopolo, inclusive, está participando do projeto que transportará passageiros da linha 13 da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) ao Aeroporto de Guarulhos. A companhia será responsável por fornecer “people movers”, veículos sobre trilhos 100% automatizados, ao consórcio AeroGRU, formado pelas empresas Aerom, HTB, FBS e TSEA.

Porém, a companhia ainda deve enfrentar alguns ventos desfavoráveis pela frente, impossibilitando a adoção de perspectivas mais otimistas sobre a ação.

O Bank of America manteve a recomendação de underperform, que significa algo como venda, e cortou o preço-alvo de R$ 4,40 para R$ 3.

Entre as empresas de bens de capital sob a cobertura do banco, a Marcopolo foi a mais impactada na crise. Na contramão da indústria de caminhões, que tem se beneficiado da forte demanda do setor de agronegócio, e do segmento de veículos leves, o setor de ônibus ainda não se recuperou das restrições de deslocamento social impostas em todas as regiões do Brasil. Além disso, a demanda por turismo e transporte público continua fraca.

“As vendas no acumulado do ano ainda estão 45% abaixo dos níveis de 2019”, destacou o Bank of America.

A Marcopolo enfrenta ainda problemas no mix, que tem apresentado uma deterioração, escassez na cadeia de abastecimento e pressão de custo de matérias-primas.

“Tempestade perfeita”

A Marcopolo se aproxima de uma “tempestade perfeita”. Para analistas, o fundo do poço para a companhia pode ser o terceiro trimestre do ano.

“Esperamos a tempestade perfeita no segundo trimestre, com volumes anêmicos, mix abaixo do ideal, férias coletivas e entregas limitadas da Caminhos da Escola”, disse o Bank of America.

Como resultado, o banco estima queda de 30% nas receitas ante 2019 e break even do Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização).

Passado o momento tumultuado do terceiro trimestre, a empresa deve seguir uma recuperação gradual, direcionada por um mix melhor, aumento da demanda da Caminhos da Escola, exportações e operações externas.

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