Mapa manda parar produção de carne à China como se tivesse frigorífico jogando dinheiro fora
Na falta do que fazer para a China levantar o embargo das importações de carne bovina brasileira, e sem evidente peso diplomático, o governo federal tenta mostrar serviço com banalidades.
Como se fosse necessário, o Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) manda os frigoríficos suspenderem o processamento de boi para o ainda fechado mercado chinês.
Imaginar que qualquer das empresas habilitadas a exportarem esteja produzindo carne, passados 45 dias desde os eventos da vaca louca atípica que interromperam as exportações para lá, é no mínimo fútil.
Primeiro, não se tem prazo algum em vista para a retomada dos embarques, como já disse o Mapa.
Segundo, não há câmaras frias suficientes para estocagem, dados os volumes que estariam se acumulando, mais ainda que parte da carne processada antes de 4 de setembro (dia da notificação oficial da doença) foi rejeitada pela China.
Aliás, no mesmo ofício o governo manda as indústrias armazenarem esses lotes já parados sob rigorosa refrigeração, por 60 dias. E para onde iriam?
Por fim, qual garantia haveria de os chineses aceitarem essa mercadoria nova depois de tanto tempo congelada, quando voltassem a importar?
O tamanho do tombo do boi, em mais de R$ 40 a @, mostra que nenhum frigorífico está comprando esperando vender para a China.