Mansueto diz que Brasil terá 2 anos de taxas de juros muito altas, cenário ideal para a renda fixa
A renda fixa ainda tem pela frente um longo período de bonança. O economista-chefe do BTG Pactual, Mansueto Almeida, afirmou que o Brasil terá ao menos dois anos de taxas de juros muito elevadas, o que é o cenário ideal para investir em renda fixa.
No painel “A Hora e a vez da Renda Fixa”, do evento BTG Talks da instituição, o ex-secretário do Tesouro Nacional explica que a dificuldade de controle da inflação tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos implicam em mais aumentos de juros ainda não precificados pelo mercado.
“Nossa visão é de que o IPCA deve encerar o ano entre 7,5% a 8%, ou seja, com 100% de chances de superar a meta estipulada pelo Banco Central. Vejo mais uma alta da taxa Selic em agosto de 50 pontos base, trazendo os juros no Brasil a 13,75% ao ano. Contudo, o cenário segue ainda muito incerto”, diz Mansueto.
Uma das questões centrais para a volatilidade atual diz respeito justamente às incertezas com o cenário pós-eleitoral. No caso de um quadro positivo, os juros no Brasil devem começar a cair na segunda metade de 2023, com a Selic podendo encerrar o ano que vem em 11%.
Cenário internacional
Mansueto avalia que o mercado ainda não precificou com precisão o ciclo de alta de juros nos EUA.
A divulgação da inflação ao consumidor dos EUA nesta quarta-feira, cujo acumulado em 12 meses foi de 9,1%, mostra que a pressão de preços ainda está acima do esperado pelos analistas.
“Talvez seja mais fácil levar a inflação de 9% para 4% do que de 4% para 2%”, disse. “Não será um esforço de um ou dois anos, seja nos Estados Unidos, na Europa ou no Brasil.”
O economista explicou também que a Europa tem chances de entrar num quadro de recessão econômica já no quarto trimestre de 2022.
A paridade do euro com o dólar é um dos sinais que evidencia o quanto o Banco Central Europeu (BCE) está atrasado na condução de política monetária para o cenário atual.
Pós-fixados ou Prefixados?
Para os especialistas do BTG Pactual ainda não é o momento do investidor montar posição em títulos prefixados (mesmo com taxas em torno de 13% ao ano) diante das várias incógnitas econômicas e fiscais daqui em diante.
Mesmo com a indicação de que a taxa Selic deve encerrar o ciclo de alta em 13,75% em agosto, o Banco Central do Brasil pode seguir pressionado a tomar decisões mais agressivas no controle inflacionário nas reuniões do Copom em outubro e dezembro.
Manter uma posição conservadora em títulos pós-fixados, como o caso do Tesouro Selic que ainda tem liquidez diária, segue como uma estratégia interessante, com a taxa Selic rendendo mais de 1% ao mês pelos próximos 12 meses.
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