Economia

Mansueto descarta aumento de impostos em meio à crise

29 maio 2020, 16:36 - atualizado em 29 maio 2020, 16:36
Mansueto Almeida
De acordo com ele, dada a atual conjuntura, com o governo postergando datas de recolhimento de impostos, a prioridade é combater os efeitos econômicos e sociais da propagação do coronavírus (Imagem: Reuters/Adriano Machado)

O secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, descartou nesta sexta-feira qualquer tentativa, no momento, de discussão em torno do aumento da carga tributária no país, apesar da deterioração das contas públicas com a expansão dos gastos para combate aos efeitos da pandemia do coronavírus.

“Não é hora para se discutir aumento de imposto, aumento de carga tributária, muito menos um imposto sobre transação financeira. Então isso está fora de cogitação”, afirmou Mansueto em entrevista à CNN Brasil.

De acordo com ele, dada a atual conjuntura, com o governo postergando datas de recolhimento de impostos, a prioridade é combater os efeitos econômicos e sociais da propagação do coronavírus, enquanto a retomada gradual da economia precisa ser feita “com muito cuidado” e baseada em dados da saúde.

Em oposto à ideia de recriação de tributos para compensar a situação fiscal, o secretário do Tesouro reiterou a importância da agenda de reformas estruturais passada a crise da pandemia.

“Como a gente vai pagar essa conta (fiscal), a gente tem que discutir depois. Inclusive, se a gente fizer as reformas e o país crescer mais rápido, (isso) vai ajudar a pagar essa conta”, completou.

Segundo dados divulgados pelo Banco Central nesta sexta-feira, a dívida bruta brasileira saltou a 79,7% do Produto Interno Bruto (PIB) em abril, um recorde, na esteira do forte déficit primário registrado pelo setor público consolidado, de 94,303 bilhões de reais em abril –também um recorde desde o início da série em 2001.

Mansueto também afirmou que uma contração do PIB entre 9% e 11% no segundo trimestre –estimada, segundo ele, por parte do mercado– é compatível com um declínio da economia entre 6% e 7% neste ano.