Mansões ecológicas podem ter preço salgado, mas há barganhas
Em 2012, Dani Mouawad comprou uma propriedade em Chapel Hill, na Carolina do Norte, e passou 10 meses construindo uma casa “sustentável, natural e promotora da saúde”.
O edifício era feito de palha, argila, gesso e cal, com um telhado verde feito de terra que foi deslocada pela fundação do prédio. A construção do primeiro dos dois edifícios da propriedade custou a Mouawad, um pediatra, “três vezes o preço de materiais convencionais”, diz, mas o que ele gastou na construção mais do que compensou.
“A eficiência energética subiu em um fator de três”, afirma.
No mês passado, Mouawad colocou a residência de três quartos, um banheiro e um lavabo à venda com a imobiliária Hodge & Kittrell Sotheby’s International Realty. Seus corretores enfrentaram um dilema confrontado por vendedores de imóveis que são, de alguma maneira, construídos com um esforço para mitigar ou eliminar o impacto ambiental: é difícil colocar um preço na vida ecológica.
“Aqui, na Carolina do Norte, há certos projetos que são fáceis de precificar porque você tem vizinhos com os quais pode compará-los”, diz uma das corretoras de Mouawad, Aileen Stapleton.
“Mas, com uma propriedade como esta, temos que usar métodos não convencionais.” Depois de calcular o preço do terreno, custos de construção e a disponibilidade comparativa na área, juntamente com os baixos custos de operação e manutenção, o imóvel foi avaliado em US$ 1,3 milhão.
“Mesmo que o preço inicial de venda pareça ser um pouco mais alto”, diz a outra corretora da propriedade, Giselle Feiger, “os custos de operação e manutenção são muito menores do que em uma casa comum”.
Cálculos desse tipo agora são feitos em todos os Estados Unidos, embora com resultados variados. Em Garrison, Nova York, uma residência de US$ 3,5 milhões projetada por Toshiko Mori tem sistemas geotérmicos de aquecimento e resfriamento e um telhado verde. A casa de três quartos, três banheiros e um lavabo tem vista para o rio Hudson através de suas janelas de vidro do chão ao teto, e se estende por cerca de 315 metros quadrados.
Quando foi construída em 2007, seu dono estava “muito à frente”, diz a corretora da Compass, Aimee Scher. A pessoa que a encomendou era “muito consciente de seu impacto ambiental” e, como resultado, não poupou gastos no uso de materiais de construção e design os mais eficientes possíveis.
O outro lado disso, no entanto, é que os potenciais compradores não estão necessariamente dispostos a pagar tal prêmio.
“Acho que a maioria das pessoas vê isso como um bônus”, diz Scher. “Não estamos recebendo uma enxurrada de pessoas que querem o imóvel especificamente porque é ecologicamente correto.” Na verdade, “elas querem ver o imóvel porque é bonito, e depois tem aquele extra ‘ah, podemos nos sentir bem vivendo aqui.’”