Manifestantes protestam contra militares em Mianmar 4 meses após golpe
Manifestantes pró-democracia foram às ruas de cidades de Mianmar nesta terça-feira em repúdio aos militares do país, assinalando os quatro meses transcorridos desde que estes depuseram um governo eleito e desencadearam uma onda de revolta de âmbito nacional.
Apesar de uma repressão sangrenta das forças de segurança, os militares de Mianmar ainda estão com dificuldade para impor a ordem em meio a protestos e greves, além de conflitos em diversas frentes em regiões de fronteira agora que civis pegam em armas contra a junta.
Protestos ocorreram no sul em Luang Lone, em várias áreas da divisão de Sagaing, incluindo Kale e Monywa, e no polo comercial de Yangon, de acordo com imagens divulgadas pela mídia convencional e pelas redes sociais.
“Isto ainda não acabou. Ainda temos a nossa vez”, dizia um cartaz portado por um manifestante.
As escolas reabriram oficialmente em Mianmar pela primeira vez desde o golpe de 1º de fevereiro, mas o comparecimento foi baixo devido a preocupações com a segurança e a um boicote em reação à suspensão de dezenas de milhares de professores opostos ao comando da junta.
Alguns estudantes realizaram manifestações com uniformes brancos salpicados de sangue.
As forças de segurança já mataram 840 pessoas desde o golpe, de acordo com cifras de ativistas citados pela Organização das Nações Unidas (ONU). A junta diz que cerca de 300 pessoas morreram