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Manifestações no Chile já impactam embarques de cobre

25 out 2019, 16:30 - atualizado em 25 out 2019, 16:30
Cobre
No ano passado, o Chile foi responsável por quase um terço da oferta global de cobre (Imagem: Dhiraj Singh/Bloomberg)

No Chile, a maioria dos portos segue sem operar pelo segundo dia seguido, agravando os problemas logísticos do maior produtor mundial de cobre.

A estatal Codelco, maior produtora do metal, avisou clientes para se prepararem para atrasos nas entregas, sinalizando que a maior onda de protestos no país em décadas começa a afetar o fornecimento global do produto.

A mina Spence, da BHP Group, foi totalmente paralisada na quinta-feira, segundo o líder sindical Ronald Salcedo. Outros empreendimentos de mineração também pararam porque trabalhadores aderiram a protestos contra o governo, conforme informações de lideranças trabalhistas.

No ano passado, o Chile foi responsável por quase um terço da oferta global de cobre. As paralisações podem abalar um mercado que já esperava déficit este ano. Na Bolsa de Metais de Londres, a cotação do cobre avançou 1,3% esta semana, com o temor de que os protestos acabassem impactando a oferta chilena.

“A variedade de questões reforça nossa visão de que o crescimento da oferta das minas seguirá contido”, escreveram analistas do Bank of America Merrill Lynch, incluindo Michael Widmer, referindo-se ao tumulto no Chile e a manifestações no Peru.

Grandes minas, incluindo Zaldivar (da Antofagasta) e El Abra (da Freeport- McMoRan) trabalhavam com capacidade reduzida na manhã de quinta-feira. As operações da Codelco funcionavam normalmente na noite de quarta-feira, após protestos de trabalhadores na parte da manhã.

Minas de lítio também foram afetadas. O acesso às operações da Soc. Quimica y Minera de Chile no salar do Atacama foram bloqueadas por moradores durante dois dias, segundo o chefe de uma tribo indígena. O acesso às operações da Albemarle foi barrado na quarta-feira, mas não na quinta, disse ele.