Mandetta nega ter desistido de candidatura à Presidência
O ex-ministro da Saúde Henrique Mandetta afirmou nesta quinta-feira que ainda pode concorrer à Presidência da República na eleição do ano que vem, pouco depois de o presidente do PSL, Luciano Bivar, afirmar que Mandetta teria desistido de sua candidatura.
“Eu sempre disse que posso ser candidato ou posso apoiar outro candidato. Mas jamais desistirei do Brasil”, escreveu Mandetta em sua conta no Twitter. “Meu nome continua à disposição. A fusão DEM/PSL vai amadurecer.”
Eu sempre disse que posso ser candidato ou posso apoiar outro candidato. Mas jamais desistirei do Brasil. MÉDICO NÃO ABANDONA PACIENTE. Meu nome continua à disposição. A fusão de DEM/PSL vai amadurecer. O que realmente precisamos debater são ideias, com transparência e humildade
— Henrique Mandetta (@mandetta) November 25, 2021
Mais cedo, em conversa com a Reuters, o presidente do PSL disse à Reuters que Mandetta havia retirado sua candidatura em reunião da cúpula do partido esta semana, e seria candidato ao Senado ou a deputado federal pelo Mato Grosso do Sul.
DEM e PSL decidiram por uma fusão para formar o União Brasil, mas a nova legenda ainda não foi efetivada. Mandetta pertence no DEM.
Segundo Bivar, não estaria descartada a apresentação de um nome próprio para concorrer à Presidência, mas o deputado afirmou que a retirada da candidatura de Mandetta abriria espaço para o apoio a algum outro nome da chamada terceira via.
O partido prevê conversas com o Podemos, que lançou o ex-ministro Sérgio Moro com candidato; o PSDB, que ainda precisa definir se João Doria ou Eduardo Leite será o candidato tucano; e com o MDB, que irá lançar a senadora Simone Tebet formalmente no início de dezembro.
O presidente do PSL disse que ainda não conversou com Moro ou qualquer dos outros partidos, mas confirmou que as alianças são possíveis, desde que haja um “alinhamento programático” e um espaço condizente com o tamanho do partido.
“Qualquer aliança que o União Brasil for entrar, será para ocupar um espaço de protagonista”, disse.
Depois da fusão entre os dois partidos, mesmo com a possível defecção de pelo menos 20 parlamentares bolsonaristas que devem trocar o PSL pelo PL, o União Brasil terá a maior bancada da Câmara, o maior fundo eleitoral e o maior tempo de TV e rádio para a campanha uma força cobiçada, especialmente, por Moro que, no Podemos, tem pouco espaço de mídia e poucos recursos para campanha.
Apesar de Bivar negar contatos e Mandetta dizer que ainda pode ser candidato, o vice-presidente do PSL, deputado Junior Bozella (SP), confirmou que tem tentado essa aproximação com Moro e tem conversando dentro do partido sobre a viabilidade de uma aliança com o Podemos.
Na última quarta-feira, Bozella organizou um jantar entre deputados do PSL não bolsonarista e Moro.
“Eu não vejo surgir nos próximos meses um candidato fora da polarização que tenha uma densidade eleitoral maior e que possa tirar Bolsonaro do segundo turno, que para mim é o principal”, disse o deputado. “Se aparecer outro nesse meio tempo tudo bem, o Moro pode entrar como vice. Mas eu não vejo.”
O próprio União Brasil teve três nomes iniciais: o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, que terminou deixando o DEM pelo PSD; José Luiz Datena, que pretende ir para o mesmo partido, e Mandetta, que anunciou a retirada do seu nome.
“Mandetta já tinha indicado o que faria ao ir na filiação de Moro ao Podemos. Acho que é inteligente a postura dele”, afirmou Bozella.