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Mandetta desiste de candidatura à Presidência e União Brasil pode negociar aliança para 2022

25 nov 2021, 14:05 - atualizado em 25 nov 2021, 14:05
Luiz Henrique Mandetta
“Mandetta já tinha indicado o que faria ao ir na filiação de Moro ao Podemos. Acho que é inteligente a postura dele”, afirmou Bozella (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

O ex-ministro da Saúde Henrique Mandetta retirou seu nome da lista de possíveis candidatos à Presidência da República, em 2022, e deve ser candidato a senador ou deputado federal pelo seu Estado, Mato Grosso do Sul, abrindo espaço para apoio do União Brasil a outro nome da chamada terceira via.

A informação foi confirmada à Reuters pelo presidente do PSL, Luciano Bivar, e abre caminho para que o União Brasil – partido formado pela fusão do PSL com o DEM – se associe a um dos demais possíveis candidatos da chamada terceira via.

Depois da fusão entre os dois partidos, mesmo com a possível defecção de pelo menos 20 parlamentares bolsonaristas fiéis, que devem trocar o PSL pelo PL, o União Brasil terá a maior bancada da Câmara, o maior fundo eleitoral e o maior tempo de tv e rádio para a campanha.

De acordo com Bivar, não está descartada ainda a apresentação de um nome próprio à Presidência justamente pelo porte do novo partido.

No entanto, devem acontecer conversas com o Podemos, que lança o ex-ministro Sergio Moro com candidato, o PSDB, que ainda precisa definir se João Doria ou Eduardo Leite será o candidato, e com o MDB, que irá lançar a senadora Simone Tebet formalmente no início de dezembro.

O presidente do PSL diz que ainda não conversou com Moro ou qualquer dos outros partidos, mas confirma que as alianças são possíveis, desde que haja um “alinhamento programático” e um espaço condizente com o tamanho do partido.

“Qualquer aliança que o União Brasil for entrar, será para ocupar um espaço de protagonista”, disse Bivar.

No entanto, o vice-presidente do PSL, deputado Junior Bozella (SP), confirma que tem tentado essa aproximação com Moro e tem conversando dentro do partido sobre a viabilidade de uma aliança com o Podemos e o ex-juiz. Na última quarta-feira, Bozella organizou um jantar entre deputados do PSL não bolsonarista e Moro.

“Eu não vejo surgir nos próximos meses um candidato fora da polarização que tenha uma densidade eleitoral maior e que possa tirar Bolsonaro do segundo turno, que para mim é o principal”, disse o deputado. “Se aparecer outro nesse meio tempo tudo bem, o Moro pode entrar como vice. Mas eu não vejo.”

O próprio União Brasil teve três nomes iniciais: o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, que terminou deixando o DEM pelo PSD; José Luiz Datena, que pretende ir para o mesmo partido, e Mandetta, que anunciou a retirada do seu nome.

“Mandetta já tinha indicado o que faria ao ir na filiação de Moro ao Podemos. Acho que é inteligente a postura dele”, afirmou Bozella.