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Mancha de petróleo no Nordeste indica que algo “extraordinário” ocorreu, diz CEO da Petrobras

08 out 2019, 18:19 - atualizado em 08 out 2019, 18:48
Roberto Castello Branco
“133 toneladas, são aproximadamente mais de 500 barris de petróleo, o que indica que não é simplesmente a lavagem de um tanque de navio”, disse Castello Branco  (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

Pelo volume de petróleo coletado em praias do Nordeste, de mais de 500 barris, algo extraordinário aconteceu na costa brasileira, maior do que a simples lavagem de um tanque de algum navio, conforme alguns chegaram a especular sobre a origem da mancha de óleo, disse o presidente da Petrobras (PETR4)a jornalistas nesta terça-feira.

“133 toneladas, são aproximadamente mais de 500 barris de petróleo, o que indica que não é simplesmente a lavagem de um tanque de navio. Alguma coisa extraordinária aconteceu, que não sabemos o que é, nem cabe à Petrobras a investigação. Temos outros órgãos, PF (Polícia Federal), Marinha, que têm essas atribuições. Petrobras somente explora e produz petróleo”, disse Roberto Castello Branco, em Brasília.

Questionado sobre reportagens que apontaram, com base em análises da Petrobras, que a origem do petróleo seria na Venezuela, Castello Branco afirmou que o “relatório é reservado, confidencial da Petrobras para o Ibama”.

“Eu não tenho autorização para divulgar. Há uma instituição de Estado”, comentou.

Na véspera, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que “tem no radar um país que pode ser a origem do petróleo”. Mas o presidente não quis revelar qual nação estaria no foco da suspeita. Nesta terça-feira, o governante especulou sobre despejo criminoso.

Uma análise realizada pela Petrobras indicou a Venezuela como origem do petróleo, segundo disse à Reuters uma fonte com conhecimento da situação, na segunda-feira. Mas a estatal não confirmou.

Questionado sobre a possibilidade de existir mais petróleo no mar, Castello Branco disse: “Pode ser.”

“Não sei o que aconteceu. Como leigo, pode ter sido um naufrágio de um petroleiro, ou uma transferência, transbordo de um petróleo de um navio para outro que tenha falhado. Mas, sinceramente, não consigo imaginar o que é.”

De acordo com Castello Branco, um navio carrega muito mais do que 500 barris de petróleo.

“Hipoteticamente, poderia ser um naufrágio de um navio, que ele não vai transbordar de petróleo imediatamente. Existe a possibilidade desse material estar sendo liberado gradualmente. Nem o que a Petrobras coletou foi tudo que chegou nas praias do Nordeste. Porque tem outras instituições também trabalhando na remoção desse material”, pontuou.

O executivo foi questionado sobre o assunto após participar de audiências na Câmara sobre vendas de ativos da empresa e preço do diesel.

Ele disse que, embora a Petrobras esteja colaborando com autoridades para a remoção do petróleo das praias, não é função da empresa investigar a origem do óleo.

“A nossa preocupação foi se era um óleo produzido pela Petrobras ou eventualmente comercializado pela Petrobras. Nós temos bem documentado isso, nós fizemos 23 coletas de amostra, nosso centro de pesquisa realizou análises bioquímicas e chegamos à conclusão de que não se trata de nenhum óleo produzido e ou comercializado pela Petrobras”, reiterou.

O CEO afirmou ainda que a Petrobras tem trabalhado ativamente na limpeza das praias do Nordeste, em uma operação supervisionada pelo Ibama, juntamente com a Marinha.

“Disponibilizamos quatro centros de defesa ambiental, seis centros de resposta à emergência, com 546 agentes ambientais, 64 operadores desses centros. Colocamos 45 empregados para função de planejamento e supervisão dessas atividades e até ontem (segunda-feira), Petrobras removeu 133 toneladas de resíduo oleoso.”

A Marinha informou, em nota, que integram as ações 1.583 militares, cinco navios, uma aeronave, além de embarcações e viaturas pertencentes às diversas Capitanias dos Portos,

Delegacias e Agências, sediadas ao longo do litoral nordestino.

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