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Manati interrompe produção de gás; associação não vê lógica na parada

30 set 2022, 19:30 - atualizado em 30 set 2022, 19:30
Gás
O gás produzido em Manati é integralmente vendido à Petrobras, sendo que o impacto financeiro da redução da produção é limitado  (Imagem: REUTERS/Pilar Olivares)

A Enauta (ENAT3) informou nesta sexta-feira que houve uma interrupção da produção do Campo de Manati em decorrência da redução da demanda de gás.

A petrolífera afirmou que, segundo a Petrobras (PETR4), que é operadora do campo e compradora do gás produzido no local, a redução da demanda decorre da “conjuntura de oferta e demanda dos segmentos de mercado atendidos pelo gás do Campo de Manati”.

Trata-se de uma ocorrência usual da operação, de caráter temporário, sem alterações das condições contratuais, acrescentou a Enauta.

“Não obstante o retorno da produção, segundo o operador, a demanda ainda poderá permanecer em níveis reduzidos ao longo do mês de outubro”, diz o comunicado.

O gás produzido em Manati é integralmente vendido à Petrobras, sendo que o impacto financeiro da redução da produção é limitado pela obrigação de compra de volume mínimo contratado (cláusula de “take or pay”).

Até o dia 29 de setembro, a produção média diária de Manati apresentou queda de 29% quando comparada ao mês de agosto.

A Enauta detém 45% de participação do Campo de Manati, localizado na Bacia de Camamu, litoral da Bahia.

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Setor

A Associação Brasileira de Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás) afirmou, em nota, que a redução do volume de compra de gás nacional e a consequente interrupção da produção em Manati não têm “coerência com uma lógica econômica que interesse ao País” uma vez que a petroleira continua importando GNL (gás natural liquefeito).

Segundo a associação, a importação segue feita pelo terminal de regaseificação da Bahia “em um cenário internacional que vem elevando os preços da molécula de gás no mercado global”, em decorrência da guerra na Ucrânia, além da demanda da China e da proximidade do inverno europeu.

A entidade citou, ainda, o atraso do cronograma das obras de implantação do Projeto Integrado Rota 3, no Polo Gaslub, em Itaboraí-RJ, após rescisão do contrato da construtora da unidade de processamento de gás.

“Ou seja, a compra de gás importado em detrimento da aquisição de gás nacional, afeta diretamente a competitividade do País, penalizando distribuidoras (que concorrem com outros combustíveis) e consumidores”, disse a Abegás no comunicado.

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