Economia

Mais vagas, menos qualidade: o drama da taxa de desemprego no Brasil

28 dez 2018, 16:41 - atualizado em 28 dez 2018, 16:41

Emprego

Diante da constatação de que a taxa de desemprego atingiu 11,6% em novembro último, com a taxa sazonalmente ajustada permanecendo em 12,1% (30 pontos-base abaixo do nível visto em dezembro de 2017 e 40 pontos-base abaixo do patamar de novembro do ano passado), o GS (Goldman Sachs) publicou relatório a seus clientes, ressaltando alguns aspectos, principalmente a “baixa qualidade do crescimento do emprego”.

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“A despeito do aumento geral no emprego em relação a um ano atrás, nós destacamos, como nos meses anteriores, a pobre composição da expansão do emprego”, ressaltam os analistas Alberto Ramos e Gabriel Fritsch, a medida que o emprego formal no setor privado continua em trajetória de queda (fechamento de 256 mil postos de trabalho). Como contrabalanço, houve aumento das vagas informais no setor privado e no setor público, com incrementos respectivos de 522 mil e 216 mil.

O ritmo de crescimento do emprego caiu para 1,3% em novembro na relação anual, frente a avanço de 1,5% em outubro – na mesma base de comparação. “O aumento anual de 1,3% no emprego total foi gerado principalmente por incremento de vagas do setor informal (522 mil vagas)”, afirma o Goldman Sachs, destacando que, por conta disso, “a pobre composição do crescimento do emprego”.

4,7 milhões fora da composição do cálculo

Em linha com o banco norte-americano, o MUFG (Mitsubishi UFJ Financial Group) destacou em sua análise que “a maior parte da criação de empregos continua concentrada em empregos sem carteira assinada e autônomos”. A despeito da baixa qualidade do emprego gerado, os analistas acreditam que a expectativa de crescimento econômico mais forte nos próximos anos deve gerar retomada da criação de vagas formais.

Por outro lado, a instituição japonesa ressalta que, em um primeiro momento, pode haver alta da taxa de desemprego, tendo em vista que existem 4,7 milhões de pessoas que desistiram de procurar emprego, ou seja, não entram na composição da taxa de desemprego. Para o fim do quarto trimestre de 2018, os analistas projetam taxa de desemprego de 11,5%, com queda para o patamar de 11% no último trimestre do próximo ano.

11% só em 2020

Por sua vez, o Itaú BBA também destaca negativamente o aumento do emprego informal em relação ao emprego formal, com ocupação via CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica). “Entretanto, os dados do Caged sugerem melhora do emprego formal desde o começo do terceiro trimestre de 2018”, dispara a instituição.

Por último, os analistas acreditam que a taxa de desemprego recuará para 11,6% até o fim de 2019 e chegue a 11% no final de 2020, tomando como premissas crescimentos do PIB (Produto Interno Bruto) de 2,5% e 3%, respectivamente.

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