Fundos Imobiliários

Mais um fundo imobiliário anuncia emissão de cotas. Por que essa operação cresce?

07 dez 2022, 15:00 - atualizado em 07 dez 2022, 13:42
CRIs
Entenda porque cresceu a emissão de cotas por fundos imobiliários nos últimos meses (Imagem: Envato)

O fundo imobiliário RBR Plus Multiestratégia (RBRX11) anunciou que fará a sua terceira emissão de cotas, na qual pretende captar R$ 200 milhões, ou pouco mais de 2 milhões de cotas.

O valor unitário das novas cotas foi fixado em R$ 97,83, com a taxa de distribuição de R$ 2,17. Assim, o preço total fica em R$ 100 por cota.

O fundo diz que o valor mínimo da oferta é de R$ 10 milhões, podendo ser aumentado em até 20%, o que corresponde a R$ 40 milhões ou até 408,8 mil novas cotas.

A operação é destinada a investidores profissionais.

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Por que fundos imobiliários têm feito emissões de cotas?

Nas últimas semanas, dezenas de fundos anunciaram que estavam emitindo cotas. Segundo a B3, o número de ofertas este ano até outubro somou 56, abaixo das 76 anunciadas em 2021. De janeiro a outubro, essas emissões somavam R$ 17 bilhões.

“Os fundos imobiliários têm uma dinâmica de emissão de cotas para permitir o crescimento desses fundos. Com a emissão, os FIIs conseguem captar dinheiro para permitir seu crescimento”, comenta o especialista em fundos imobiliários da Manchester Investimentos, Guilherme Palma.

Ele destaca que, por regulamentação, fundos não podem ter dívida, podendo alavancar apenas com compromissadas ou compra de imóveis que tenham Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) emitido contra.

Mercado aquecido

Palma comenta que houve um período em que o mercado de emissões estava mais aquecido, em função da melhora da economia e pelo mercado estar relativamente estável antes da eleições, em outubro.

O analista de fundos de investimento imobiliário da Ativa Investimentos, Gabriel Teixeira, acrescenta que uma movimentação maior na emissão de cotas é positivo por ajudar na diversificação das carteiras dos fundos.

“Principalmente, neste momento mais desafiador. O investidor está colocando mais ativos na carteira. Daí, consegue pulverizar os ativos com novos cotistas, além de ajudar na liquidez”, avalia.

Risco fiscal reduz ritmo de emissões de cotas

Em novembro, porém, tudo mudou. Diante das incertezas em relação a responsabilidade fiscal do governo eleito de Luiz Inácio Lula da Silva, que assume a presidência da República em 1º de janeiro, os ativos domésticos se deterioraram.

Com os fundos imobiliários não foi diferente, tanto que o índice referência do setor, o Ifix, derreteu 4,1% no mês passado.

“A gente vem observando um ritmo menor de emissões em função das incertezas sobre a nova equipe econômica e pelos juros futuros terem subido. Isso prejudica a classe de FIIs como um todo”, reforça o profissional da Manchester Investimentos.