Colunista Vitreo

Mais impactos internacionais para encerrar a primeira semana do ano

07 jan 2022, 10:28 - atualizado em 07 jan 2022, 10:28
Brasileiros depois do primeiro dia de alta de 2022 / Um Sonho de Liberdade (1994)

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Bom dia, pessoal!

No exterior, nesta sexta-feira (7), os mercados asiáticos tentam se recuperar da queda de ontem, mas ainda sem uma direção de performance.

Na Europa, que digere dados de produção industrial alemã e inflação da Zona do Euro, o tom continua negativo, assim como foi ontem (6), quando sentiu o impacto da ata do Fed, que ainda repercute mundo afora.

Os futuros americanos, por sua vez, tentam esboçar um desempenho positivo, ainda que marginal, no Dow Jones e no S&P 500. Nós, brasileiros, depois da primeira alta do ano, seguimos sensibilizados pela agenda internacional.

Hoje, o dia é muito importante nos EUA, com os famosos dados de emprego do mês de dezembro a serem divulgados já pela manhã.

Os payrolls devem ajustar ainda mais as expectativas do mercado para o aperto monetário do Federal Reserve, em especial no trato do cronograma para a alta dos juros e da posterior redução do balanço da autoridade. Por enquanto, se precifica 75% de chance de uma alta dos juros já em março.

A depender do resultado, poderemos ver desdobramentos no Brasil.

A ver…

A onda de ômicron brasileira

Finalmente, conseguimos que o Ibovespa tivesse sua primeira alta do ano.

Vale destacar, como já fizemos no passado, que não se trata de uma performance fidedigna com o que tivemos no resto da Bolsa, em grande parte devido às ponderações percentuais no interior do índice, que distorcem a realidade nele verificada.

Ainda assim, nos descolamos do exterior e firmamos este pequeno primeiro passo.

A recuperação ainda foi tímida, principalmente depois de três quedas como tivemos no início de 2022, com alguns nomes chegando a cair mais de 20% já nos primeiros pregões do ano.

Só nos resta nos desvencilharmos novamente do contexto externo, caso continue sendo negativo, para tentarmos buscar mais uma alta. Será difícil, devemos reforçar.

O estrangeiro, que tem grande representatividade em nosso mercado, segue sensibilizado com o tom mais hawkish do Fed.

Continuamos atentos aos desdobramentos fiscais da crise no funcionalismo público, que pressiona Brasília por reajustes e ameaça greve, bem como à prorrogação da desoneração da folha de pagamento de empresas de 17 setores.

Em paralelo, a ômicron volta a surpreender no Brasil, com o número de novos casos nas últimas 24 horas 167% acima do registrado há uma semana.

Também chama a atenção o fato de que mais da metade dos casos de Covid no país já é causada pela ômicron.

De olho no payroll

Os rendimentos dos títulos do Tesouro americano continuaram a subir neste início de 2022, com o título de 10 anos alcançando o patamar de 1,73%.

Há menos de um mês, ao final de dezembro, este yield chegou a estar abaixo de 1,40%, o que significa que o rendimento de referência aumentou cerca de 25% desde pouco antes do Natal.

O movimento se dá à medida que as preocupações com o impacto negativo da variante ômicron na economia se dissipam e depois que o Federal Reserve engrossou o tom.

Por falar no Fed, que se mostrou atento ao nível de desemprego e de inflação verificado na economia americana, os investidores acompanharão o relatório de emprego dos EUA (payroll) para o mês de dezembro.

O mundo passa hoje por mudanças estruturais no mercado de trabalho, as quais significam que métodos antiquados, como os dados de payroll, possam relatar a realidade de maneira equivocada.

Mesmo assim, espera-se que a economia crie 440 mil empregos, após um ganho de 210 mil na folha de pagamento não agrícola em novembro.

A taxa de desemprego deve cair para 4,1%, de 4,2%.

Crise no Cazaquistão

Na quarta-feira (5), a Rússia e seus aliados militares enviaram tropas ao Cazaquistão para ajudar o governo do país a reprimir protestos que resultaram em dezenas de vítimas entre os manifestantes desde o início da semana (os países nutrem uma aliança militar que poderia ser ativada neste tipo de situação há mais de 20 anos, a Organização do Tratado de Segurança Coletiva, que também inclui ex-estados soviéticos como Armênia, Bielo-Rússia, Cazaquistão, Quirguistão e Tadjiquistão).

Naturalmente, aumentou a preocupação não só com a presença militar russa na região, mas também com os preços do urânio.

Os protestos começaram no início desta semana após uma reforma ter removido os limites para os preços dos combustíveis. Desde então, tornou-se um protesto generalizado contra o regime autoritário de 30 anos.

Os protestos começaram no oeste do país, mas rapidamente se espalharam por Almaty e a capital Nur-Sultan.

Na quarta-feira, o movimento provocou um forte aumento de 8,5% no preço do urânio, do qual o Cazaquistão é o maior produtor mundial (responsável por cerca de 40% da produção global).

Além de ser relevante para o mercado de urânio, o Cazaquistão tem também as maiores reservas comprovadas de petróleo na região do Mar Cáspio e é um grande exportador de petróleo bruto. Note a relevância do país para o mercado de energia.

Anote aí!

Lá fora, o mercado europeu digere a produção industrial alemã, que caiu em novembro e prejudica os mercados, ainda que as exportações tenham vindo mais fortes do que o esperado.

Há também a inflação dos preços ao consumidor na Zona do Euro em dezembro, que registrou 5% na comparação anual.

Nos EUA, destaque para as falas dos membros do Fed; entre eles destacam-se os presidentes do Fed de São Francisco, Mary Daly, e do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, que participam do Encontro Anual da Associação Econômica Americana.

De qualquer forma, o principal dado do dia é o relatório de emprego a ser divulgado nesta manhã.

Muda o que na minha vida?

A grande crise da cadeia de suprimentos, com seus pesados ​​efeitos sobre as economias e mercados globais, parece que também será uma história de 2022, por mais que a normalização siga tentando acontecer gradualmente (muito lentamente).

Alguns são os pontos de atenção. O mais importante aconteceu recentemente, como comentamos ontem, em que a Samsung Electronics e a Micron Technology emitiram avisos sobre como as restrições na cidade chinesa de Xi’an, aumentadas ao nível mais alto, afetarão a produção de chips de memória.

Mas não para por aí. Tal acontecimento se trata de um lembrete oportuno da natureza global das cadeias de abastecimento.

Mesmo que muitos países ocidentais evitem restrições semelhantes à política de “Covid zero” chinesa como uma resposta à disseminação da variante ômicron do coronavírus, nem todos os governos podem concordar.

Se um não quer, dois não fazem. Por exemplo, as enormes interrupções na produção automotiva global foram causadas em grande parte por regras rígidas no Vietnã e na Malásia.

Não faltam ilustrações de como 2022 ainda pode guardar choques às cadeias, principalmente em meio ao fim da pandemia que sempre nos surpreende com uma nova variante.

Se o mundo se alinhasse em aceitar a Covid como uma endemia em vez de tentar combatê-la até a raiz, talvez pudéssemos ter um alívio.

Os aprimoramentos futuros nas cadeias de suprimentos, que afetam fortemente as economias e os mercados, dependerão não apenas de como as autoridades locais, mas globais, responderão ao desenvolvimento do vírus.

Um abraço,

Equipe Vitreo

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