Mais dividendos? Chances de Itaú (ITUB4) aumentar o payout crescem após resultados, vê analista
Mais uma vez, o Itaú (ITUB4) não decepcionou e entregou resultados sólidos, com o lucro líquido recorrente de R$ 9 bilhões no terceiro trimestre superando as expectativas do mercado.
Não houve grandes mudanças em relação aos trimestre anteriores. A carteira de crédito conseguiu se expandir, mesmo diante de um ciclo de desaceleração, enquanto a inadimplência e os custos ficaram sob controle, avalia o BB Investimentos.
“Navegando com serenidade o ciclo de alta da inadimplência conjugada com desaceleração da originação no setor bancário, em nossa visão, o Itaú agrega mais um resultado de qualidade, demonstrando a fortaleza de sua operação”, afirma o banco.
Larissa Quaresma, analista da Empiricus Research, cita o controle da inadimplência, mas também destaca o “forte crescimento de serviços” no trimestre em particular.
“Com uma folga ainda maior nos indicadores de capital, acreditamos ser uma questão de tempo até que o Itaú aumente o seu payout (proporção do lucro que distribui aos acionistas)”, diz.
Quaresma destaca o Índice de Basiléia de 16,3%, bem acima do mínimo regulatório de 11,5%. Segundo a analista, isso dá bastante “gordura” no balanço.
“Isso só aumenta as chances de a companhia aumentar o seu payout, um cenário que o próprio CEO afirmou publicamente estar considerando e pendente de novas normas a serem divulgadas pelo BC ainda em novembro”, lembra.
Em tom de cautela, o Bradesco BBI chama atenção para o “modesto” crescimento do crédito (de um dígito médio), “no qual observamos contração no crédito consignado”, embora reconheça que, em linhas gerais, o saldo foi positivo.
Além do lucro de R$ 9 bilhões, o Itaú reportou um ROE (retorno sobre o patrimônio líquido) de 21,1%.
A carteira de crédito total cresceu 4,7%, fechando setembro com R$ 1,6 trilhão. O Itaú explica que merecem destaque os crescimentos de:
- 17,9% em crédito pessoal;
- 12,1% em crédito imobiliário, mercado em que, ao longo desse período, o banco avançou na melhoria da jornada para os clientes;
- 3,1% em veículos.
O índice de inadimplência de 90 dias ficou praticamente estável, tendo apontado uma leve alta de 0,2 ponto percentual, para 3%.
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Itaú é favorita do setor?
O Itaú ainda é uma recomendação recorrente dos analistas. A ação chega a ser, inclusive, a favorita da XP Investimentos, que destacou a força da qualidade dos ativos e ressaltou que a revisão do guidance, embora pareça em um primeiro momento negativo, foi necessária para refletir a descontinuação da operação na Argentina.
A corretora tem recomendação de compra e preço-alvo de R$ 35.
O BB, também com recomendação de compra, manteve o preço-alvo de R$ 35,20 ao fim de 2024 para os papéis do banco, na esperança de que os resultados dos próximos trimestres devem continuar sólidos.
“Na previsibilidade, solidez e performance operacional do Itaú reside um excelente potencial para posicionamento no setor bancário com o menor risco possível”, defende a instituição.
Para a Empiricus Research, o terceiro trimestre sela mais um período de performance superior aos pares. Mesmo negociando a 1,5 vez seu valor patrimonial, a casa de análise entende que o prêmio de 30% sobre Santander Brasil (SANB11) e de 55% sobre Bradesco (BBDC4) é justificado.
O Itaú continua presente em diversas carteiras recomendadas da Empiricus.
Distanciando-se das demais recomendações, o Bank of America (BofA) está neutro com o banco, apesar de os resultados terem correspondido às expectativas. Para o banco, é preciso ver sinais mais claros de um crescimento mais forte das receitas.