Mais de 70% dos brasileiros passaram a poupar mais por conta da pandemia
Incertezas sobre o futuro e medo dos desdobramentos da pandemia da Covid-19. Essas são as principais causas que levam mais brasileiros a poupar, detectada em pesquisa realizada no mês de fevereiro pela Toluna, empresa que fornece insights de mercado.
Entre os entrevistados, 70% confirmaram que passaram economizar mais por conta do vírus da Covid-19.
E quais os principais motivos para segurar o dinheiro? O maior deles é o medo do futuro (65%), seguido pela preocupação com possíveis despesas médicas (32%).
Já 26% das pessoas entrevistadas revelaram que passaram a economizar durante a quarentena, pois não tiveram como gastar com despesas de lazer, como restaurantes e viagens.
Ademais, muitos dos entrevistados (39%) concordam que a pandemia atrapalhou completamente qualquer tipo de planejamento financeiro, enquanto apenas 3% afirmaram que o vírus Covid-19 em nada interferiu seus planos econômicos.
Para os entrevistados, janeiro é o mês que mais gera sensação de ser pressionado por gastos: 33% disseram que o primeiro mês do ano causa enorme sufoco no orçamento, enquanto 30% disseram que se sentem tensionados por gastos em todos os meses do ano.
As despesas que mais pesam no orçamento, segundo a pesquisa da Toluna, são: contas para manter a casa, como luz, gás, condomínio (44%) e mercado (42%). 34% dos entrevistados afirmaram que gastam mais com escola e plano de saúde do que com outras despesas nesse período.
Uma enorme parte dos entrevistados (79%) concordaram, também, serem abusivos os aumentos perpetrados pelos planos de saúde no último ano. E 28% estão avaliando uma possível troca de operadora de planos para amenizar os gastos.
Paradoxalmente ao desejo de poupar detectado pela pesquisa, 59% dos entrevistados revelaram possuir dívidas, sendo a maioria com cartões de crédito (58%), seguido por bancos (38%) e financiamentos (31%). Para 18% dos que responderam à pesquisa, 40% dos seus ganhos estão comprometidos com dívidas.
Corroborando notícias recentes que mostram uma maior parcela da população interessada em investir na Bolsa ou em outros canais: 29% dos que responderam ao questionário da Toluna afirmaram que investem seu dinheiro em bancos, enquanto 16% em corretoras e mais plataformas específicas.
A pesquisa da Toluna foi realizada entre os dias 03 e 04 de fevereiro de 2021, com 820 pessoas — 45% homens e 55% mulheres — das classes A, B e C, segundo critério de classificação de classes utilizado pela Abep (Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa), em que pessoas da classe C2 tem renda média domiciliar de R$ 4.500 por mês.
Estudo feito com pessoas acima de 18 anos, de todas as regiões brasileiras, com 3 pontos percentuais de margem de erro e 95% de nível de confiança.