Banco Central

Mais corajoso que Lula, Pacheco alfineta Campos Neto ao vivo e defende redução imediata da Selic; confira

20 abr 2023, 11:36 - atualizado em 20 abr 2023, 11:36
Rodrigo Pacheco, Campos Neto
Durante conferência do grupo Lide, Rodrigo Pacheco aproveitou presença de Roberto Campos Neto para criticar Selic elevada. (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

A pressão sobre a política monetária do Banco Central ganhou mais pressão. Dessa vez, a cobrança de uma Selic mais baixa veio do presidente do Senado e Congresso, Rodrigo Pacheco. E detalhe: as críticas foram feitas na presença de Roberto Campos Neto.

Durante sua fala na conferência do grupo Lide, em Londres, Pacheco disse que “a obstinação de reduzir a taxa de juros” é um tema que une o Brasil e cobrou pela redução “imediata” da Selic, que está em 13,75% desde agosto do ano passado.

Ele também alertou que a autonomia do Banco Central começará a ser questionada caso a autoridade monetária não comece a rever a sua política.

Vale lembrar que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vem questionando a autonomia do BC e a lealdade de Campos Neto. No entanto, as críticas nunca foram na cara do presidente do Banco Central, sempre foram feitas durante entrevistas e discursos em eventos.

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“Nós aprovamos a autonomia do Banco Central, mas a perspectiva da autonomia que desejávamos e desejamos no Senado Federal é para que não fosse suscetível a influências políticas indevidas. Mas há um sentimento geral hoje, que depende de base técnica, mas também de sensibilidade política, que nós precisamos encontrar os caminhos para redução imediata da taxa de juros sob pena de sacrificarmos o trabalho que fizemos ao longo do tempo”, disse.

Pacheco ainda destacou que a inflação está contida e com viés de queda, quentando a moeda está estável. Além disso, ele lembrou da entrega de proposta de arcabouço fiscal para análise do Congresso e os efeitos esperados pela futura reforma tributária.

Campos Neto deve calma sobre inflação

Apesar da alfinetada, Campos Neto mantém o discurso de que os dados inflacionários precisam ser avaliados com calma. Em março, o IPCA subiu 0,71% em março, desacelerando-se em relação à alta de 0,84% apurada em fevereiro. O resultado veio abaixo da mediana projetada pelo mercado, de 0,77% e é o menor para o mês desde 2020.

O indicador desacelerou a alta acumulada em 12 meses até março para +4,65%, de +5,60% no mês anterior. O resultado também ficou abaixo da mediana projetada pelo mercado, de +4,71%. Trata-se da menor variação desde janeiro de 2021. Na época, o IPCA de 12 meses somava 4,56%.

Em reunião organizada pelo European Economics & Financial Centre, Campos Neto disse que núcleo da inflação, que exclui a volatilidade de energia e alimentos, segue muito resiliente. Além disso, o IPCA deve voltar a ganhar força ao longo do segundo semestre.

“Olhamos muitas coisas e cruzamos muitos dados. Mas a realidade é que a queda da inflação é mais lenta do que esperávamos, considerando o patamar da taxa real de juros no Brasil. O que nos diz que a batalha não foi vencida e temos que persistir”, afirmou.

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