Mais álcool no combustível: Quem sai ganhando e perdendo com aprovação do projeto?
Na última quarta-feira (13), a Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei 528/20, chamado de “Combustível do Futuro”. O projeto sinaliza o importante compromisso do país em avançar na descarbonização da cadeia produtiva do óleo e gás.
O texto principal da proposta foi aprovado por 429 votos a 19, com 3 abstenções, e emendas votadas separadamente uma a uma foram rejeitadas pelo plenário. Agora o texto segue para o Senado.
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Construído a partir de um projeto do Executivo, pensado a diversos outros em tramitação no Congresso, o texto aprovado pelos deputados fixa em 27% o percentual obrigatório de adição do álcool etílico anidro, o etanol, à gasolina, com margem para ampliação dessa adição a até 35%.
Além de aumentar o percentual de etanol na gasolina e de biodiesel no diesel, o PL também cria programas nacionais para o combustível sustentável para a aviação, para o diesel verde e o biometano, entre outros pontos.
Combustível do futuro: quem se beneficia?
Na avaliação de Illan Arbetman, analista da Ativa Investimentos, quando há maior dependência dos combustíveis renováveis, há maior dependência da safra. “No caso da gasolina, quando você aumenta o percentual de etanol, na verdade, fica mais sujeito aos níveis de oferta e demanda de etanol e você pode ter um peso no preço na ponta final”, pondera.
Ele aponta ainda que quando se fala de biodiesel, qualquer situação envolvendo a safra da soja pode gerar aumento no preço do diesel. Neste sentido, ele destaca que ainda é muito cedo para falar sobre o impacto nas empresas e o que vai mudar nesse mercado.
Sobre as empresas, ele destaca que ainda é muito difícil ter uma visão sobre o impacto, mas pontua que distribuidoras de combustível e quem tem uma operação mais integrada, como a Raízen (RAIZ4), que mexe com etanol, além da Vibra Energia (VBBR3) e mexe com etanol, podem ter algum de “habilidade para mexer nisso”.
Ele conclui ressaltando que apenas quando o projeto de lei virar, de fato, lei, serão observadas movimentações em relação às companhias. No momento, enfatiza que é difícil definir quais vão ser os impactos.
*Com Reuters