BusinessTimes

Mais 11 lotes de cerveja Backer estão contaminados, informa Ministério da Agricultura

18 jan 2020, 21:04 - atualizado em 18 jan 2020, 21:08
Backer
Os resultados das análises detectaram a presença do contaminante dietilenoglicol em mais 11 lotes de cervejas Backer (Imagem: Backer/Facebook)

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) divulgou no início da noite deste sábado (18), os resultados de análises que detectaram a presença do contaminante dietilenoglicol em mais 11 lotes de cervejas Backer.

Até o momento, dez produtos da Cervejaria Backer testaram positivo para as substâncias tóxicas: Belorizontina, Capixaba, Capitão Senra, Pele Vermelha, Fargo 46, Backer Pilsen, Brown, Backer D2, Corleone e Backer Trigo. Até o momento, as análises realizadas pelos laboratórios federais de Defesa Agropecuária constataram 32 lotes contaminados.

Diante do risco iminente à saúde pública, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou na última sexta-feira (17) a interdição de todas as marcas de cerveja Backer com data de validade igual ou posterior a agosto de 2020.

O Mapa também definiu, com a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacom) do Ministério da Justiça e Segurança Pública, os procedimentos para intimar a empresa a fazer recall dos produtos em que já foi constatada a contaminação, bem como dos produtos que ainda não tiveram a idoneidade e segurança para o consumo comprovadas para o consumidor. A medida é preventiva e vale para todo o Brasil.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
A Anvisa determinou na última sexta-feira (17) a interdição de todas as marcas de cerveja Backer com data de validade igual ou posterior a agosto de 2020 (Imagem: REUTERS/Washington Alves)

Veja os lotes contaminados:

Ministério da Agricultura/Divulgação

Óbitos

O dietilenoglicol é uma substância tóxica e que não pode entrar em contato com alimentos e bebidas. A presença da substância na cerveja está associada à ocorrência de óbitos e intoxicações em Minas Gerais.

Na última quinta-feira (16), a Secretaria de Saúde de Minas Gerais confirmou, a quarta morte por ingestão de dietilenoglicol. A vítima é uma mulher que morreu no dia 28 de dezembro em Pompéu, interior do estado.

A primeira das quatro mortes por intoxicação já reconhecidas pela Polícia Civil foi registrada na noite de 7 de janeiro, em Juiz de Fora. Exames a que a vítima foi submetida antes de morrer confirmaram a presença do contaminante no sangue.

O homem, cujo nome e idade não foram oficialmente confirmados, foi sepultado no município mineiro de Ubá.

Todos os pacientes internados devido à síndrome nefroneural apresentaram insuficiência renal aguda de evolução rápida, ou seja, que levou a pessoa a ser internada em até 72 horas após o surgimento dos primeiros sintomas, e alterações neurológicas centrais e periféricas, que podem ter provocado paralisia facial, embaçamento ou perda da visão, alteração sensório, paralisia, entre outros sintomas.

Investigação

A Polícia Civil não descarta nenhuma hipótese, nem mesmo a suspeita de que um ex-funcionário demitido pela Backer possa ter agido por vingança. “Não posso afirmar se foi uma sabotagem ou um erro. Ainda não é o momento da investigação para isso”, disse o delegado Flávio Grossi.

“Hoje, o que afirmamos é que os elementos tóxicos encontrados nas garrafas [de cerveja], no sangue das vítimas e dentro das empresas [provém] de produtos em comum. Crime acreditamos que houve. Por isto instauramos um inquérito policial”, disse o delegado.