Maioria dos investidores espera flexibilização do teto de gastos em 2021, mostra XP
A maioria dos investidores institucionais consultados em pesquisa da XP Investimentos avalia que o teto de gastos será ajustado de alguma forma para permitir gastos adicionais em 2021 e entende que esse cenário é compatível com deterioração nos preços dos ativos financeiros domésticos.
De acordo com a sondagem, divulgada nesta sexta-feira, dos 72 investidores ouvidos em 13 e 14 de agosto, 53% projetam que a regra do teto será alterada para incorporar novas despesas, enquanto 14% apostam que o teto será simplesmente descumprido no ano que vem.
Apenas 33% esperam cumprimento da regra fiscal, que limita o crescimento das despesas do governo federal no ano à variação da inflação acumulada no período anterior.
Entre os 67% dos respondentes que esperam descumprimento do teto ou alteração dele, a expectativa média é que as despesas adicionais somem 54 bilhões de reais.
Os economistas, consultores e gestores de ativos consultados avaliam que a flexibilização do teto geraria depreciação cambial, queda do Ibovespa (IBOV) e alta dos juros futuros.
O presidente Jair Bolsonaro tem jurado obediência à regra fiscal, em meio a preocupações do mercado com a deterioração das contas públicas, mas na quinta-feira reconheceu que o governo discutiu internamente a possibilidade de furar o teto, acrescentando que a intenção seria arranjar recursos para obras no Nordeste.
A sondagem da XP mostrou, ainda, que 83% dos investidores ouvidos esperam que o auxílio emergencial do governo, previsto para acabar este mês, seja estendido, mas fique limitado a 2020, enquanto 15% acham que a ajuda será estendida para o ano que vem.
Pelas regras em vigor, o auxílio não afeta a regra do teto Neste ano, quando vigora estado de calamidade decretado pelo Congresso.