Maioria dos diretores do Fed espera manter juros inalterados em 2019, revela ata
A “maioria” dos diretores do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) estava convencida de que a autoridade monetária deveria manter o aperto da política monetária no restante do ano em meio à inflação tímida e à desaceleração do crescimento global, mostraram a ata da mais recente reunião do FOMC (sigla em inglês que designa o Comitê de Política Monetária do Fed).
O Fed manteve sua taxa de referência para um intervalo de 2,25% a 2,5% na conclusão de sua reunião de política monetária de dois dias encerrada em 20 de março.
Em sua reunião de março, o Federal Reserve retirou sua perspectiva de aumento de duas taxas anunciadas na reunião de dezembro, sugerindo que não deve elevar os juros neste ano, como também sinalizou que suspenderia seus esforços para reduzir seu balanço em setembro.
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“(A) maioria dos participantes esperava que a evolução das perspectivas econômicas e seus riscos provavelmente justificariam deixar a meta inalterada para o restante do ano”, mostrou a ata.
Mas alguns participantes acreditam que um aumento de taxa se adequaria ainda neste ano, caso o crescimento econômico se mantenha acima de sua taxa de tendência de longo prazo, de acordo com a ata.
A ata também sugeriu que poderia haver menos espaço para aumentos além de 2019, com vários participantes observando que a taxa de referência atual do Fed estava próxima de suas estimativas do nível neutro – a que não estimula o crescimento nem o inibe.
Com a desaceleração do crescimento global e a inflação doméstica ainda tímida em relação à meta informal de 2% do banco central, há pressão para que haja redução das taxas, inclusive do presidente dos EUA Donald Trump.
“O Fed deve baixar as taxas”, disse Trump a repórteres na sexta-feira. “Eles realmente nos desaceleraram. Não há inflação.” De acordo com a Ferramenta de Monitoramento dos Fed Funds, os investidores acreditam que o banco central está mais propenso a cortar ou permanecer em pausa do que aumentar as taxas no segundo semestre do ano.
No período que antecedeu a divulgação da ata, o vice-presidente do Federal Reserve, Richard Clarida, sugeriu na terça-feira que havia mais espaço para o mercado de trabalho se expandir, já que a taxa de desemprego de 3,8% está abaixo do pleno emprego.
O relatório de empregos divulgado na semana passada mostrou que a economia criou mais empregos em março, embora ganhos de salários tenham diminuído.
A medida de inflação preferencial do Fed, o índice de preços de despesas de consumo (IPC) excluindo alimentos e energia, subiu apenas 1,8% nos 12 meses até janeiro, abaixo da meta de 2% do banco central.