Carne bovina: maior volume compensa queda de 4,4% no preço de exportação em 2024; boi gordo deve seguir em alta
O preço médio de exportação da carne bovina caiu 4,4% em 2024, no acumulado de janeiro a novembro. Contudo, mesmo com menores preços, a receita total subiu 24,7%, alcançando US$ 10,6 bilhões, puxada por maiores volumes.
Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), contabilizam 2,3 milhões de toneladas de carne bovina exportadas até novembro.
O número é 30,3% superior às exportações do mesmo período do ano anterior, compensando a queda nos preços. Os valores abaixo do habitual ocorreram por renegociações de contratos realizadas pela China, segundo Fernando Iglesias, analista de proteína animal da Safras & Mercado.
“A China atravessava por problemas no seu setor carnes e começou a renegociar contratos de importação, baixando os preços em dólar”, afirma. De acordo com Iglesias, a situação gerou um efeito cascata, com os demais importadores também baixando os preços.
Apesar do momento de queda no início do ano, o analista vê um movimento de recuperação desde agosto. De acordo com a Secex, as vendas de carne bovina representam 3,4% do total de exportações do Brasil em 2024. O Brasil se destacou pela capacidade de fornecimento.
“Tínhamos uma capacidade maior que Estados Unidos, Argentina, Uruguai, todos os demais concorrentes”, diz Iglesias.
Preço do boi gordo dispara em 2024
De acordo com o indicador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), enquanto o preço das exportações de carne caíram, o boi gordo foi pelo caminho oposto.
De janeiro a novembro, o indicador de preço saiu de R$ 249,65, para R$ 338,75 por arroba de 15 kg, representando aumento de 35%. No entanto, os primeiros primeiros dias de dezembro (até o dia 13), o valor caiu para R$ 313,80.
Para Iglesias, a movimentação de preços no mercado do boi foi bastante agressiva em 2024, com uma alta volatilidade. Mesmo com recuo no início de dezembro, o analista vê preços altos no ano que vem, com a queda nos abates de fêmeas.
“Para 2025, a expectativa é de preços mais altos, justamente pela inversão de ciclo pecuário no Brasil, que vai fazer com que a arroba do boi gordo acabe ficando mais cara”, finaliza.
Quanto às exportações, em novembro, o volume embarcado de carne bovina superou em 21% o do mesmo período do ano passado, mas diminuiu 15,6% em relação ao recorde de outubro.
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