Maior parte do ciclo de aperto acabou, diz autoridade do BCE
A maior parte do ciclo de aperto monetário do Banco Central Europeu foi completada, embora mais aumentos possam ser necessários para combater o núcleo da inflação, de acordo com Boris Vujcic, que integra o Conselho do BCE.
Embora as pressões inflacionárias estejam mais fracas – em grande parte graças aos efeitos de base – os ganhos subjacentes, que excluem itens voláteis como energia e alimentos, permanecem altos, disse Vujcic, que também é presidente do banco central croata.
“A maior parte do ciclo de aumentos de juros ficou para trás”, afirmou nesta quarta-feira em evento na Croácia. Mas, se o núcleo da inflação permanecer acima de 4%, “mais aumentos” podem ser esperados, acrescentou.
- Entre para o Telegram do Money Times! Acesse as notícias que enriquecem seu dia em tempo real, do mercado econômico e de investimentos aos temas relevantes do Brasil e do mundo. Clique aqui e faça parte!
Bostjan Vasle, presidente do BC da Eslovênia, disse no mesmo evento que o ganho dos preços de componentes como serviços está cada vez mais distante da meta de 2%.
“O núcleo da inflação está claramente em tendência de alta”, disse, alertando que os choques anteriores talvez ainda não tenham se refletido totalmente no indicador e que, provavelmente, mais aperto monetário será necessário.
Várias autoridades do BCE sinalizaram recentemente que o fim do período mais agressivo de aumentos de juros da zona do euro está próximo. Mas, apesar dos temores persistentes sobre a saúde do setor bancário, ainda veem a necessidade de mais ações para controlar a inflação.
O BCE elevou a taxa de depósito de 2,5% para 3% na última reunião em março – mesmo com a piora da crise do Credit Suisse. Dada a incerteza, no entanto, desde então as autoridades têm evitado prever o resultado de futuras reuniões.
Talvez a opinião mais explícita tenha vindo esta semana de Robert Holzmann, presidente do banco central da Áustria, segundo qual outra elevação de 0,50 ponto percentual ainda estará sobre a mesa quando o BCE definir os juros em maio. O líder do Banco da França, François Villeroy de Galhau, afirmou na semana passada: “Possivelmente, ainda temos um pequeno caminho a percorrer”.