Meio Ambiente

Maior fundo soberano do mundo está atento à crise na Amazônia

29 ago 2019, 12:28 - atualizado em 29 ago 2019, 12:28
Noruega
Fundo norueguês , que detém mais de US$ 1 trilhão, observa crise ambiental amazônica (Imagem: Carina Johansen/Bloomberg)

O fundo soberano da Noruega, o maior do mundo com ativos de US$ 1 trilhão, entra com seu peso em uma crescente lista de gestores de recursos em todo o mundo que examinam cadeias de suprimentos e empresas diante dos atuais incêndios na Amazônia.

“Temos o desmatamento como foco há vários anos e acompanhamos a grave situação em andamento”, disse Carine Smith Ihenacho, diretora de governança corporativa da Norges Bank Investment Management, em comentário enviado por e-mail.

A diretora de governança do fundo soberano disse que espera que as empresas tenham uma estratégia para reduzir o desmatamento causado por suas próprias atividades e cadeias de suprimentos. Em 2017, o fundo iniciou um diálogo com empresas que compram e vendem produtos de soja e pecuária no Brasil, disse Ihenacho.

O fundo norueguês, com participações em mais de 9 mil empresas em todo o mundo, intensificou seu foco em ética e sustentabilidade ao longo de vários anos.

O investidor tomou medidas para excluir ou colocar empresas sob observação segundo um conjunto de critérios e também estabelece um diálogo direto com as companhias para expressar suas opiniões.

Até o fim de 2018, o fundo havia investido US$ 6,2 bilhões em ações no Brasil e cerca de US$ 2,8 bilhões em títulos, segundo uma visão geral das posições no site da empresa.

“Em anos anteriores, desinvestimos em um produtor de soja nesta região devido a vínculos com a produção insustentável e o desmatamento”, disse Ihenacho.

Além de estabelecer um contato direto com as empresas, o fundo norueguês também tomou a iniciativa de conversar com bancos para obter uma perspectiva mais ampla sobre desmatamento e financiamento, segundo a diretora de governança. O fundo conversou com bancos no Brasil, Colômbia, Indonésia e Malásia no ano passado, disse Ihenacho, para entender como esses credores monitoram o risco de desmatamento em suas carteiras de crédito.

O fundo também está organizando um workshop em Cingapura em outubro, com bancos, investidores e produtores de alimentos no sudeste da Ásia. O objetivo da conferência é incentivar empresas do portfólio do fundo a adotar e implementar políticas de desmatamento e divulgar riscos e oportunidades, disse o fundo norueguês.

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