Campos Neto prevê mais quedas em taxa de lojistas no pagamento a débito com maior competição
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta terça-feira que espera reduções adicionais nas taxas de desconto pagas pelos lojistas (MDR) nos pagamento no débito, à medida que a entrada de novas fintechs no mercado estimula a competição.
Em seminário de tecnologia promovido pelo think tank Carnegie India, Campos Neto afirmou que a MDR das operações de débito já caiu cerca de 30% desde a introdução do Pix e está atualmente em cerca de 1,1%, e que a expectativa é de reduções adicionais.
Ele ponderou que as operações com cartões de crédito no Brasil têm particularidades, com a disseminação dos pagamentos parcelados, que impõem mais custos à cadeia.
“Para o débito, (a taxa) está em torno de 1,12%, 1,1%, tem caído. À medida que vemos novas fintechs entrando nesse espaço acho que vai cair mais”, afirmou, em inglês.
Campos Neto frisou que, para o BC, melhor do que impor algo para o sistema por meio de regulação, é estimular a competição.
“Preferimos impor condições competitivas para que a competição naturalmente leve a MDR para baixo.”
Campos Neto disse, ainda, que espera que grandes players, como Google (GOOGL) e PayPal, atuem no mercado de pagamentos do Brasil, seguindo caminho iniciado pelo WhatsApp, que já foi autorizado a atuar como um “iniciador de pagamentos”, o que permite a realização de transferências por meio do aplicativo de mensagem com algumas bandeiras de cartões.
A integração do WhatsApp, aplicativo de mensagens do Facebook (FB), com o Pix vai se dar por meio do sistema de iniciador de pagamento, disse Campos Neto.
“Isso está acontecendo agora, eles ainda não estão operacionais na integração do Pix com o WhatsApp, espero que isso vá acontecer. Também espero que outros venham e se integrem.”
Ele frisou que o BC exige que o modelo de atuação das empresas de pagamento no país seja aberto à competição, e que o WhatsApp só foi autorizado a entrar nesse mercado depois de comprovar que esse era o caso.