Entrevista

Maia recusa nova CPMF e afirma que não vai avançar no teto de gastos de jeito nenhum

05 ago 2020, 12:11 - atualizado em 05 ago 2020, 12:14

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), reafirmou que não vai pautar nenhuma proposta que flexibilize o teto de gastos. Segundo ele, não dá para transferir para a sociedade a todo o momento a responsabilidade de resolver os problemas fiscais do País.

A afirmação foi feita em entrevista à Rádio Jovem Pan, na manhã desta quarta-feira (5).

Para o presidente, é preciso melhorar a qualidade do serviço prestado à população e organizar os gastos públicos. Ele cobrou mais uma vez o encaminhamento da reforma administrativa por parte do Executivo e o avanço na tramitação do conjunto de propostas de emenda à Constituição (PECs) do Plano Mais Brasil – PEC Emergencial (186/19), PEC dos Fundos Públicos (187/19) e PEC do Pacto Federativo (188/19), que tramitam no Senado.

“O governo federal tem que encaminhar reforma administrativa, o governo tem que avançar nos gatilhos do teto de gastos, que está no Senado, ou permitir que a Câmara retome o debate das propostas do Pedro Paulo (PEC 438/18)”, afirmou o presidente.

“Não vamos avançar no teto de gastos de jeito nenhum. Não dá para transferir para a sociedade a todo o momento a responsabilidade de resolver os problemas. Não quero cortar o salário de ninguém, mas os salários médios no setor público são o dobro da iniciativa privada”, disse.

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Reforma tributária

Maia explicou que é preciso organizar as narrativas e explicar corretamente os pontos positivos da reforma tributária (Imagem: Najara Araujo/Câmara dos Deputados)

Maia voltou a criticar o aumento de impostos e disse, novamente, que vai votar contra a criação da CPMF. Segundo ele, é um imposto ruim porque gera distorções.

Rodrigo Maia defendeu a unificação dos impostos de bens e serviços e ressaltou que a proposta que tramita na Câmara (PEC 45/19) vai permitir o aumento da renda e do emprego no País. Ele explicou que é preciso organizar as narrativas e explicar corretamente os pontos positivos da reforma tributária, principalmente para o setor de bens e serviços.

“O governo trata apenas dos impostos federais e nós tratamos também dos municipais e estaduais. Então, é fácil unificar. Quanto às empresas de serviços, só 16% são atingidas, já que as demais estão no Simples. Antes da pandemia, tivemos uma reunião com grandes academias de ginásticas e quando mostramos o que seria o IBS (o novo imposto) mostramos que eles teriam uma queda de impostos de R$ 100 milhões. A unificação vai gerar aumento da renda e do emprego”, explicou Maia.