Política

Maia reafirma importância das reformas, mas diz que o foco é o combate à crise

03 abr 2020, 13:03 - atualizado em 03 abr 2020, 13:03
Rodrigo Maia reafirmou a necessidade das reformas e destacou que elas não visam acabar com o Estado (Imagem: Pedro Ventura/Agência Brasília)

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), reafirmou a importância das reformas, sobretudo a tributária e administrativa, para reorganizar o gasto público brasileiro, mas ressaltou que essa agenda deve ficar para o segundo semestre. Na sua avaliação, o foco no momento atual é o combate à pandemia, mesmo que haja um aumento no endividamento público brasileiro.

Segundo Maia, o aumento da dívida pública brasileira não é fruto de irresponsabilidade do governo, mas de ações importantes no combate à crise.

“Eu continuo sendo liberal, acredito que o gasto público é muito grande e mal feito, concentrado na mão de poucas pessoas, com muitas despesas correntes, com muito dinheiro no passado e pouco para o futuro, mas vamos focar na guerra”, disse o presidente em entrevista virtual ao jornal Valor Econômico nesta sexta.

Rodrigo Maia reafirmou a necessidade das reformas e destacou que elas não visam acabar com o Estado, mas melhorar o gasto público e a prestação dos serviços públicos.

“Crise é também uma oportunidade. E as reformas tributária e administrativa tratam do futuro. Esse debate vai se impor, todos vão olhar o médio prazo com a necessidade de se melhorar a produtividade no setor privado e no setor público”, defendeu Maia.

Segundo o presidente da Câmara, a aprovação da PEC que segrega o orçamento fiscal do orçamento de combate à pandemia enquanto durar a calamidade pública foca os esforços do governo no curto prazo. E, mesmo que após a crise seja necessário aumentar o gasto público para reativar a economia, Maia ressalta que não se deve comprometer o orçamento futuro. Por essa razão, ele defende um bom planejamento para definir políticas públicas focadas.

“Não há outro caminho que não seja a interferência forte do Estado, e é óbvio que a solução não está dentro do orçamento de hoje. Não podemos comprometer as futuras gerações por essa crise, mas temos que salvar a sociedade nesse momento”, afirmou Rodrigo Maia.

“Cabe ao Estado garantir previsibilidade e as condições para que todos os brasileiros possam cumprir a determinação do ministério da Saúde. O isolamento tem durar o tempo necessário e garantir as condições para solvência das empresas e as condições para que os brasileiros enfrentem esse isolamento”, defendeu.