Política

Maia diz que frase de Eduardo Bolsonaro sobre ruptura é “muito ruim”

28 maio 2020, 16:07 - atualizado em 28 maio 2020, 16:07
Rodrigo Maia
“A frase é muito ruim, muito grave. Nós vamos continuar trabalhando para que as instituições continuem trabalhando de forma independente e tentando ao máximo o diálogo e a harmonia”, disse Maia (Imagem: Najara Araujo/Câmara dos Deputados)

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), considerou, nesta quinta-feira, muito “ruim” e “grave” fala do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), em que o filho de Jair Bolsonaro sugere que haverá uma “ruptura” e cogita uma “medida enérgica” do presidente da República.

Em entrevista ao programa da rádio Tupi “Cidinha livre”, Maia respondeu ainda não acreditar ou esperar que a fala do deputado federal pelo PSL tenha partido do presidente.

“A frase é muito ruim, muito grave. Nós vamos continuar trabalhando para que as instituições continuem trabalhando de forma independente e tentando ao máximo o diálogo e a harmonia”, disse o presidente da Câmara.

“Agora, se algum partido entender que há algum crime na frase dele, pode representar no Conselho Ética”, afirmou, lembrando que o colegiado só retoma os trabalhos após a flexibilização das medidas de isolamento adotadas pelo Congresso por conta da pandemia de Covid-19.

Na véspera, Eduardo disse entender, em live do canal Terça Livre, a postura mais “moderada” dos que tentam evitar a chegada de um “momento de ruptura”, “cisão ainda maior” e um “conflito ainda maior”.

“Eu entendo essas pessoas que querem evitar esse momento de caos. Mas falando bem abertamente, opinião do Eduardo Bolsonaro, não é mais uma opinião de ‘se’, mas de ‘quando’ isso vai ocorrer”, disse o filho do presidente da República.

“Quem que é o ditador nessa história? Vale lembrar que, antes do Bolsonaro assumir, falavam que ocorreriam tempos sombrios, perseguição a negros, a pobres, a gays, às mulheres, etc. Pergunta que eu faço: quantas imprensas fecharam no Brasil devido a ordem do presidente? Zero. Quantos presos políticos existem no Brasil? Zero. E a gente está vendo aqui uma iniciativa atrás da outra para esgarçar essa relação”, argumentou Eduardo Bolsonaro.

“E, depois, não se enganem: quando chegar ao ponto em que o presidente não tiver mais saída e for necessária uma medida enérgica, ele é que será taxado como ditador”, afirmou.