Maia diz concordar com Guedes sobre não prorrogação de calamidade e auxílio emergencial
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse nesta quarta-feira que concorda com a posição manifestada mais cedo pelo ministro da Economia, ao negar em entrevista à imprensa a possibilidade de prorrogação do estado de calamidade para combater a pandemia de Covid-19 e do auxílio emergencial.
Em sua conta no Twitter, Maia publicou o link da matéria da Reuters sobre a fala de Guedes e afirmou: “A posição da presidência da Câmara é a mesma.”
Na entrevista à imprensa, o titular da Economia negou a prorrogação do auxílio emergencial ou do estado de calamidade para além de dezembro deste ano e disse que não há decisão de prorrogar ou articulação nesse sentido.
Maia e Guedes iniciaram uma reaproximação após protagonizarem desentendimentos públicos. Há poucos dias, Guedes acusou Maia, em entrevista, de estar aliado às esquerdas para barrar privatizações.
O presidente da Câmara, por sua vez, afirmou que o ministro da Economia estava “desequilibrado”.
Mas no início desta semana os dois participaram de jantar com outras autoridades, quando trocaram elogios, pedidos de desculpas e aproveitaram para reforçar a intenção de trabalharem juntos pela agenda econômica do governo.
O ministro também se movimenta para reatar as relações com o Congresso. Na segunda-feira, também conversou com o relator de proposta que trata da discussão em torno do Renda Cidadã, senador Marcio Bittar (MDB-AC).
O programa de distribuição de renda a substituir o Bolsa Família evidenciou rusgas entre Guedes e parlamentares aliados quando o ministro avalizou e depois recuou de seu posicionamento sobre o financiamento do benefício, diante de repercussão negativa do mercado.
O governo chegou a anunciar a ideia de utilizar recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) e de precatórios para financiar o programa, com a anuência de Guedes.
Depois, no entanto, o ministro negou que haveria “puxadinho” ou a utilização de parte dos recursos dos precatórios como fontes de financiamento, o que trouxe surpresa e irritação entre parlamentares.