Internacional

Magnata russo transforma palácio em meca de obras de Fabergé

30 ago 2019, 16:13 - atualizado em 30 ago 2019, 16:13
O diretor do Museu Fabergé, Vladimir Voronchenko, 66 anos, amigo de infância de Vekselberg, disse que está transformando a instituição em “marca global (Imagem: Pixabay)

Quando Arnold Schwarzenegger visitou a Rússia em 2010, Viktor Vekselberg mostrou ao governador da Califórnia sua famosa coleção Fabergé em exposição no Ritz-Carlton em Moscou.

Três anos depois, o bilionário encontrou um lar permanente para os itens no Palácio Shuvalov, em São Petersburgo – a cidade onde Carl Fabergé nasceu -, tendo gastado US$ 40 milhões para reformar o edifício neoclássico no rio Fontanka. Hoje, o Museu Fabergé inclui mais de 1.000 peças, com a maior coleção do mundo de obras do lendário joalheiro, mais conhecido por seus ovos de Páscoa imperiais.

“Qualquer colecionador de verdade cria uma coleção para exibi-la publicamente mais cedo ou mais tarde e, idealmente, cria seu próprio museu”, disse Vekselberg em e-mail.

O diretor do Museu Fabergé, Vladimir Voronchenko, 66 anos, amigo de infância de Vekselberg, disse que está transformando a instituição em “marca global”. O museu registrou 689.000 visitas no ano passado, um número quase oito vezes maior do que em 2014, tornando-o um dos destinos culturais mais populares em São Petersburgo.

Vekselberg, 62 anos, é cofundador do Renova Group e tem participações em mais de uma dúzia de empresas, como uma fatia na United Co. Rusal, a maior produtora de alumínio do mundo fora da China, além de ações das fabricantes de equipamentos Sulzer e Oerlikon. Vekselberg é a 10ª pessoa mais rica do país, com uma fortuna de US$ 13,7 bilhões, segundo o Índice de Bilionários Bloomberg.

Em abril de 2018, o Departamento do Tesouro dos EUA incluiu Vekselberg e o Renova em uma lista de oligarcas, empresas e altos funcionários do governo russo sujeitos a sanções que, segundo os EUA, foram uma punição pelas ações do país na Crimeia, Ucrânia e Síria, e por tentar subverter as democracias ocidentais. Voronchenko disse que as sanções não afetaram as operações do museu.

“Como eu, Viktor sempre foi um colecionador ativo”, disse Voronchenko, acrescentando que os dois começaram no início dos anos 90 com ícones e pinturas clássicas de antigos mestres russos.

Em 2004, Vekselberg adquiriu uma coleção icônica de mais de 200 itens de Fabergé da família Forbes por cerca de US$ 100 milhões. Carl Fabergé, que proporcionou a imperadores e nobres russos numerosas obras preciosas ao longo de quatro décadas, fugiu do país logo após a revolução bolchevique em 1917. O artista é mais conhecido por uma série de 50 ovos de Páscoa que os dois últimos czares da Rússia deram de presente a parentes próximos. O Museu Fabergé possui nove deles.

Vekselberg disse que a compra da coleção Forbes foi possível depois que ele e seus sócios venderam uma participação de 50% na Tyumen Oil em 2003 por quase US$ 7 bilhões.

“Felizmente, eu tinha dinheiro disponível suficiente”, disse no e-mail.

Além dos famosos ovos, a coleção Fabergé de Vekselberg inclui outras peças de joalheria, talheres e objetos religiosos. O museu também exibe obras de outros joalheiros e ourives russos que foram contemporâneos de Fabergé. A coleção inteira inclui mais de 4.000 itens.