Magazine Luiza, Via e Americanas desabam com piora da economia
Os papéis das varejistas sofreram um baque no Ibovespa (IBOV) na sessão desta terça-feira (16) após dados nada animadores da economia.
As ações do Magazine Luiza (MGLU3) tombaram 12,65%, a R$ 9,74, Via (VIIA3) recuou 7,73%, a R$ 5,73, e Americanas (AMER3) terminou o dia em baixa de 8,77%, a R$ 34,12.
Mais cedo, o Boletim Focus, que reúne o consenso do mercado, voltou a piorar as projeções para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) para menos de 1% em 2022 ao mesmo tempo em que passou a enxergar uma inflação mais alta.
Outro indicador, o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), considerado sinalizador do PIB, teve recuo de 0,27% em setembro na comparação com agosto, segundo dado dessazonalizado informado pelo Banco Central.
Isso também pressiona as taxas de juros, que passaram a subir com a piora do câmbio e oferta mais robusta do Tesouro, que triplicou o lote de NTN-B, lembra o analista da Terra Investimentos, Regis Chinchila.
Na visão de Felipe Vella, analista técnico da Ativa Investimentos, a queda é motivada pela perspectiva altista dos juros. “O índice de vendas do varejo vem caindo constantemente. As pessoas consumem cada vez menos”, afirma.
Ele diz ainda que o mercado está repressificando os papéis de varejistas diante de uma alta maior que o esperado dos juros.
“Não perco muito tempo com previsão macro”
Em entrevista à Bloomberg, o CEO do Magazine Luiza, Frederico Trajano, disse que “não perde muito tempo” com previsão macro. “Para o Brasil, é inútil, porque é um país muito volátil”, afirmou.
Trajano quer transformar a empresa em algo semelhante aos conglomerados onipresentes da China, como Alibaba ou Tencent — companhias que têm “um modelo de negócio mais amplo, mas muito focado em um único país”, disse.
“Queremos tornar o Brasil digital, assim como tornamos o Magazine Luiza digital”, completou.