Magazine Luiza: quando as ações chegarão ao fundo do poço?
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Os papéis do Magazine Luiza (MGLU3) viraram um foguete invertido nos últimos meses após péssimas notícias vindas da economia brasileira.
Nesta sessão, os papéis da varejista voltaram a cair quase 8%. A ação negocia no patamar dos valores de junho de 2019, superando o momento mais agudo da pandemia, em março de 2020.
O papel foi arrastado pela sinalização do Copom sobre um novo aumento de 1,5 ponto percentual na taxa de juros em fevereiro de 2022.
Já na última quarta-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que as vendas do varejo recuaram 0,1% em outubro frente a setembro. Na comparação do mesmo mês de 2020, a queda foi de 7,1%.
Segundo Alan Gandelman, CEO da Planner, a empresa vai continuar apanhando na Bolsa enquanto a economia não entrar nos eixos.
“Estamos vivendo inflação de dois dígitos. Se não parar de subir, as varejistas serão menos interessantes”, afirma.
Apesar disso, ele lembra que o papel do Magalu já decolou mais de 1200%, ou seja, possui gordura para queimar.
“Vamos esperar para ver os números de fim de ano, principalmente venda de Natal e BlackFriday, para ver se números positivos podem dar uma força para as ações darem um subidinha”, completa.
Já o analista da Terra Investimentos argumenta que embora as ações tenham derretido em 2021, ainda não é possível determinar um ponto de reversão neste movimento.
“Os pilares para uma recuperação ainda preocupam os investidores com uma inflação crescente, condições financeiras domésticas mais apertadas, incerteza política e fiscal alta, alto nível de endividamento das famílias e enfraquecimento da confiança do consumidor que minaram a atividade do varejo”, completa.
Na visão de Roberto Nemr, analista da OhmResearch, é um cenário ainda muito incerto.
“Não tem nada que reverta no curto prazo. São aquelas histórias em que tudo está dando certo, até que para de dar. O mercado antecipa que o futuro continuará com as mesmas taxas de crescimento. Eu não acho que a queda acabou. Talvez tenha um alçapão no fundo do poço”, argumenta.
O que fazer com o papel?
Segundo o analista Pedro Galdi, da Mirae Asset, o motivo para queda é a falta de confiança do mercado nas empresas do varejo, tendo em vista que os resultados do terceiro trimestre não foram bons para o setor e os números para a Black Friday não animaram os investidores.
Outro ponto para a baixa são as perspectivas para 2022. Segundo Galdi, o próximo ano será de inflação e crescimento pífio do PIB, o que impacta diretamente no consumo das famílias, maior filão das empresas dos varejo.
Para Galdi, o investidor que já possui o papel deve ficar com ele e esperar a retomada de alta, pois o prejuízo seria muito exagerado.
Por outro lado, caso o investidor queira entrar para lucrar no curto prazo, o analista não recomenda comprar o ativo. “Os papéis do varejo ainda vão sofrer muita pressão no curto e médio prazo, principalmente pela alta do juros”, explica.
Com Bruno Andrade