Magazine Luiza não tem mais cartas na manga para impulsionar ações, diz BB Investimentos
Apesar de ter sido recebido com grande entusiasmo pelo o mercado, os números da Magazine Luiza (MGLU3) no segundo trimestre sinalizam que o “melhor” já passou para os papéis da varejista, mostra relatório do BB Investimentos enviado a clientes nesta segunda-feira (18).
A corretora estimou em R$ 73,50 o preço-alvo das ações para o final de 2020, uma desvalorização de 10%. A recomendação foi rebaixada para neutra.
De olho no e-commerce
O analista Georgia Jorge, que assina o relatório, argumenta que a companhia, que entrou na crise da Covid-19 com o canal físico representando cerca de 55% das suas vendas totais, aproveitou toda a sua força no canal online e entregou resultados fortes nesse trimestre.
O e-commerce total da varejista deu um salto de 182%. Por outro lado, suas lojas em ruas e shopping centers venderam 45% menos.
“O grande destaque deste trimestre foi a capacidade de escalar sua operação de maneira muito rápida, sem nenhuma disrupção na malha logística”, afirmou.
Para Jorge, os resultados iniciais referentes ao terceiro trimestre também se mostram promissores. Apenas no mês de julho, a companhia atingiu um aumento de 10% das vendas em lojas físicas combinado com um crescimento de 162% das vendas online, “sinalizando que as mudanças observadas no comportamento do consumidor no segundo trimestre serão permanentes e deverão favorecer o crescimento das companhias bem posicionadas no canal online, o que é o caso de Magazine Luiza”, disse.
Endividamento
A companhia fechou o trimestre com uma posição de caixa líquido de 4,4x Caixa Líquido/Ebitda, ante 0,6x no mesmo período do ano anterior.
“Essa estrutura de capital permite que a companhia avance nas iniciativas, notadamente no que se refere à logística e tecnologia, aspectos nos quais a Magazine Luiza é referência no setor, necessárias para manter suas vantagens competitivas frente à evolução da concorrência”, avaliou.
Não se impressione com o balanço
Os números da Magazine Luiza também agradaram, mas não impressionaram a XP Investimentos, mostra relatório enviado ao mercado nesta terça-feira.
“A receita no período veio 8,6% acima das nossas expectativas, com a operação de varejo físico apresentando uma queda de vendas no conceito mesmas lojas de -50,9%”, pontua o analista Pedro Fagundes.
Para ele, o destaque positivo foi sem sombra de dúvidas a força do varejo online, diante do sólido crescimento, incluindo a aquisição da Netshoes.
Embora haja uma reação positiva em torno do resultado, a corretora explica que os ganhos das ações têm poder limitado. Portanto, manteve-se a recomendação neutra para as ações do Magazine Luiza com preço-alvo de R$ 78 ao final de 2020.