Magazine Luiza (MGLU3) no prejuízo: O que anima e o que preocupa analistas
O Magazine Luiza (MGLU3) sofreu com o alto endividamento no terceiro trimestre de 2022 (3T22) e, consequentemente, com a Selic em 13,75% ao ano, que elevou as despesas com pagamentos de juros. Segundo os analistas, o varejista teve um melhor desempenho operacional no período, mas ele foi ofuscado pelo resultado financeiro.
O Magalu reportou prejuízo de R$ 166 milhões entre julho e setembro deste ano, revertendo o lucro de R$ 143 milhões registrado no mesmo trimestre de 2021. Só as despesas financeiras da companhia cresceram 228,4% na comparação anual, para R$ 668,6 milhões.
Por outro lado, a receita líquida do Magazine Luíza expandiu 2,3% frente etapa igual do ano passado, para R$ 8,8 bilhões. “Este avanço é devido ao maior volume de vendas de itens das novas categorias, como casa e jardim, esporte, beleza e acessórios automotivos”, explica o analista do TradeMap, Sérgio Castro.
Castro acredita que o cenário pode continuar desafiador para o varejista. Segundo ele, uma empresa que não gera lucro é um sinal de alerta para os acionistas, pois o risco de insolvência é maior, o que a torna mais arriscada.
O analista também destaca que há uma melhora operacional tanto no volume de vendas quanto nas margens. Mesmo em meio a um cenário altamente competitivo, a empresa conseguiu ampliar a rentabilidade.
A Ativa e a Genial têm recomendação neutra e de manter para MGLU3, respectivamente. Já a Eleven indica a compra das ações, com preço-alvo em R$ 6.
Em reação ao balanço, os papéis da companhia recuavam 7,04%, a R$ 3,70, no pregão desta sexta-feira (11), liderando as quedas do Ibovespa (IBOV).
Melhora operacional anima, mas endividamento preocupa
A receita líquida do Magazine Luíza subiu 2,3% na comparação anual, atingindo R$ 8,8 bilhões, impactada pelo crescimento nas vendas em todos os canais. A margem bruta ficou em 27,9%, alta de 7,7 pontos percentuais, com aumento da receita de serviços.
Com isso o Ebitda ajustado (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) seguiu o mesmo caminho e expandiu 50,3%, para R$ 527,5 milhões.
A margem Ebitda teve alta de 1,9 ponto percentual, para 6%, beneficiada pela otimização de despesas, enquanto a margem líquida segue prejudicada pelo aumento das despesas financeiras.
As vendas totais do varejista cresceram 2,2% no terceiro trimestre e atingiram R$ 14,2 bilhões, reflexo do aumento de 2,6% no e-commerce, que atingiu R$ 10,2 bilhões, e alta de 1,4% nas lojas físicas, atingindo R$ 3,9 bilhões.
Apesar dos números positivos, o resultado líquido surpreendeu para o lado negativo. O Magalu reportou prejuízo acima do esperado pelo consenso do mercado, influenciado principalmente pelo resultado financeiro negativo de R$ 556,3 milhões, que foi pressionado pela da taxa básica de juros no período.
O que esperar de Magazine Luíza?
Os analista afirmam que a companhia ainda deve sofrer com o cenário macroeconômico.
No entanto, segundo Pedro Serra, da Ativa, ela deve conseguir crescer seu fluxo de vendas, principalmente com a chegada da Copa de Mundo.
As expectativas são para um e-commerce forte no último trimestre do ano e um contínuo controle na redução de despesas para crescimento do resultado operacional.
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