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Magazine Luiza (MGLU3), Via (VIIA3) e Americanas (AMER3) são ações para evitar em 2023?

28 dez 2022, 16:37 - atualizado em 28 dez 2022, 16:41
Magazine Luiza varejistas
Magazine Luiza, Via e Americanas devem ter começo de ano desafiador em 2023, avaliam analistas (Imagem: Money Times/Renan Dantas)

Os varejistas de e-commerce devem começar mais um ano da mesma maneira como deixaram o anterior: ainda pressionados pelo ambiente macro desafiador no curto prazo, avaliam agentes do mercado.

Gustavo Harada, chefe da mesa de renda variável da Blackbird Investimentos, acredita que a tendência que Magazine Luiza (MGLU3), Via (VIIA3) e Americanas (AMER3) vêm apresentando nos últimos trimestres deve se manter.

Harada destaca que a incerteza envolvendo a questão fiscal do país com a aprovação da PEC da Transição no Congresso e juros elevados por um período mais longo impedem uma perspectiva mais positiva para essas empresas.

“Elas podem continuar em um processo de recuperação de receitas que já vêm fazendo nesses últimos dois trimestres, mas com uma pressão ainda relevante nas margens. No curto prazo, vão continuar nessas mesmas tendências. Não vejo nenhum sinal, nenhuma premissa para uma virada de chave”, afirma.

O analista da Esh Capital Diego Leoncini levanta a possibilidade de o mercado enxergar uma recuperação dos resultados de Magalu, Via e Americanas, mas de caráter mais pontual. Para 2023, o especialista, como Harada, espera que a dinâmica continue a mesma.

“A performance vai depender muito de como a administração [dessas empresas] vai lidar com a situação macro”, diz. “Uma maior disponibilidade de renda será positiva para as companhias, mas não acho que isso será um game changing. Essas companhias só vão começar a ter uma performance melhor à medida que elas conseguirem lidar com o micro e a competição, ganhando market share de uma forma mais positiva”.

Longe de melhorar

A inflação e os juros elevados estiveram por trás da má fase do varejo em 2022. Com as taxas ainda elevadas, corroendo o poder de compra do consumidor, e a inadimplência crescendo, Magazine Luiza, Via e Americanas entram em um novo ano sem alívio.

O cenário não só segue desafiador como parece piorar, destaca Fernando Ferrer, analista da Empiricus Research.

“Se a gente começar a ver uma inadimplência caindo, melhorando, acho que isso poderia dar um respiro para esses papéis. E os juros caindo também. Mas, enquanto não vemos isso, acho que a situação continuará desafiadora. E o nosso cenário, hoje, contempla o lado oposto: a gente ainda não chegou em um ponto de inflexão da inadimplência. Ainda continuará piorando, pelos dados que vimos no terceiro trimestre.”

Em 2023, as companhias do varejo de e-commerce também precisarão lidar com a competição cada vez mais acirrada. Empresas como Mercado Livre e Amazon estão investindo pesado em logística, e as empresas que não seguirem o mesmo caminho podem ser engolidas no meio da disputa pela fidelização do cliente, comenta Ferrer.

“Se não seguirem esse investimento maciço em logística, elas vão ficar para trás e oferecer uma proposta de valor pior para seus clientes, perdendo faturamento”, reforça.

MGLU3, VIIA3 ou AMER3?

Megaloja Casas Bahia, Via
Analistas estão céticos com ações do e-commerce brasileiro (Imagem: Divulgação/Casas Bahia)

Por conta do peso do cenário macro, os analistas preferem ficar de fora dos três papéis.

O analista da Empiricus acredita que o mercado continuará privilegiando empresas com fluxo de caixa no presente, o que não é o caso das companhias de e-commerce.

“Dado o juro alto no Brasil e no mundo, não nutro fortes expectativas para essas companhias. Pelo contrário, acho que são companhias para você evitar”, completa Ferrer.

Entre Magazine Luiza, Via e Americanas, Ferrer acredita que a Via deve se sobressair, mas pelo lado negativo.

O analista lembra que, em meados de 2020, a empresa realizou uma oferta subsequente de ações (follow-on), levantando em torno de R$ 5 bilhões na operação. Atualmente, a varejista vale cerca de R$ 3,9 bilhões na Bolsa.

“Foi uma perda de valor muito grande”, aponta.

Na avaliação de Ferrer, devido ao cenário macro desafiador e à necessidade de fazer investimentos para ter uma logística adequada em suas operações, a Via deve precisar realizar um novo follow-on.

Leoncini, da Esh Capital, acredita que Magazine Luiza está em melhor posição em relação aos pares, considerando o ganho de market share da companhia no e-commerce ao longo dos últimos anos.

Porém, a preferência da Esh é pelo Mercado Livre.

“A gente sente que o Mercado Livre vai ser o grande vencedor e é o que está mais preparado para lidar e surfar com a consolidação do setor”, explica o especialista.

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